Pelo menos 103 pessoas morreram nesta quarta-feira (3) no Irã, após uma dupla explosão contra uma multidão que homenageava o general assassinado Qasem Soleimani, no quarto aniversário de sua morte, informou a imprensa estatal iraniana.
As bombas explodiram em um momento de tensão no Oriente Médio, um dia após o número dois do Hamas, Saleh al Aruri, aliado do Irã, morrer em um ataque com drone em Beirute, que as autoridades libanesas atribuíram a Israel.
As explosões ocorreram perto da mesquita Saheb al Zaman, onde se encontra o túmulo de Soleimani, na cidade de Kerman, no sul do país. "Uma enorme explosão foi ouvida perto da mesquita", informou a emissora estatal de televisão, antes de noticiar outra detonação minutos depois.
Rahman Jalali, vice-governador da província de Kerman, declarou na televisão que as bombas foram "um atentado terrorista".
Imagens divulgadas na internet mostraram a multidão que tentava fugir do local enquanto forças de segurança isolavam a área. A televisão estatal mostrou ambulâncias e socorristas no local.
Ao menos 170 pessoas ficaram feridas, segundo a imprensa estatal iraniana.
A agência de notícias iraniana Tasnim afirmou que duas bolsas com bombas explodiram. "Os autores (...) aparentemente detonaram as bombas por controle remoto".
Quarto aniversário de sua morte
Citando o prefeito de Kerman, Saeed Tabrizi, a agência de notícias ISNA afirmou que as duas explosões ocorreram com 10 minutos de diferença.
A multidão lembrava o quarto aniversário da morte de Soleimani, assassinado aos 62 anos em um ataque em 2020 realizado com um drone americano nos arredores do aeroporto de Bagdá.
O general, encarregado das operações exteriores dos Guardiães da Revolução — o exército ideológico do Irã — foi o arquiteto das operações militares iranianas no Oriente Médio.
Após participar na guerra Irã-Iraque (1980-1988), chegou rapidamente até converter-se em chefe da Força Quds, responsável pelas operações exteriores da República Islâmica.
Era uma das personalidade públicas mais populares do país.
Após sua morte em 2020, o aiatolá Ali Khamenei, guia supremo do Irã, decretou três dias de luto nacional.
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