ECONOMIA

Argentina: FMI revisa dados de 2023 e PIB deve cair 2,8% este ano

PIB portenho deve cair 2,8% neste ano. Argentina vive onda inflacionária. Já o Brasil, segundo o FMI, deve crescer 1,7%

Parte das ações ainda precisam de aval do Congresso, mas diversas mudanças, como a liberação de controle de alugueis e a desvalorização do peso, já vem naquele país. No curto prazo, diz o governo, essas medidas têm aumentado o valor dos serviços e produtos na Argentina -  (crédito:  AFP)
Parte das ações ainda precisam de aval do Congresso, mas diversas mudanças, como a liberação de controle de alugueis e a desvalorização do peso, já vem naquele país. No curto prazo, diz o governo, essas medidas têm aumentado o valor dos serviços e produtos na Argentina - (crédito: AFP)

O Fundo Monetário Internacional (FMI) projetou recessão de 2,8% na Argentina para este ano. A expectativa vem após o país portenho cair 1,1% em 2023 e crescer 5% em 2022, de acordo com dados do fundo. A projeção do FMI à economia argentina deste ano reverteu as expectativas do banco divulgadas em outubro do ano passado.

À época, o FMI projetava um crescimento de 2,8% no produto interno bruto argentino. Segundo o fundo monetário, a mudança se deu por causa da política fiscal para estabilizar a inflação no país.  revisão da previsão reflete o crescimento negativo da Argentina no contexto de um ajuste de política significativo para recuperar a estabilidade macroeconômica", escreve o FMI, no relatório World Economic Outlook, divulgado nesta terça-feira (30/1).

Ao ser eleito, em novembro de 2023, o presidente da Argentina, Javier Milei, iniciou um processo de mudanças na política fiscal na economia local. Foram tomadas, por exemplo, medidas como retirada de benefícios às pessoas, diminuição de pessoal no poder público e o fim de subsídios na economia com o objetivo de corrigir os atos preços praticados no país portenho.

Parte das ações ainda precisam de aval do Congresso, mas diversas mudanças, como a liberação de controle de alugueis e a desvalorização do peso, já vem acontecendo no país. No curto prazo, diz o governo, essas medidas têm aumentado o valor dos serviços e produtos na Argentina.  

O FMI, em seu relatório, elogia as medidas de Milei. "O governo atual está tratando de conseguir uma consolidação fiscal muito ampla e chegar a um superávit primário de 2% do PIB. É algo que consideramos absolutamente necessário no contexto da Argentina porque a causa fundamental da inflação é que tem havido bastante financiamento monetário", afirma Pierre Olivier-Gourinchas, economista-chefe do FMI, ao anunciar os resultados.

Brasil e América Latina crescem

No relatório World Economic Outlook, o FMI projeta crescimento de 1,7% ao Brasil. O número é 0,2 ponto percentual maior do que aquele feito na estimativa feita em outubro de 2023, e a projeção para 2025 ficou estável em 1,9%. Este documento foi o primeiro informe do FMI sobre projeções econômicas do mundo.

"(A revisão) Deve-se principalmente a efeitos de carregamento estatístico de uma demanda doméstica mais forte do que o esperado e crescimento acima do esperado em grandes parceiros comerciais em 2023", diz o relatório, que também destaca a revisão para cima em 0,6 ponto percentual da estimativa para o México, cujo crescimento está agora previsto em 2,7% para este ano.

O cenário para a América Latina e Caribe piorou em relação às projeções feitas no ano passado. A estimativa para o crescimento da região passou de 2,5% em 2023 para 1,9% em 2024, uma desaceleração de 0,4 ponto percentual este ano.

O FMI prevê um crescimento global de 3,1% este ano, quase o dobro do esperado para o Brasil. De acordo com o relatório, o aumento reflete a resiliência maior do que a esperada nos Estados Unidos e em vários grandes mercados emergentes e economias em desenvolvimento, bem como o apoio fiscal na China.

 

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postado em 30/01/2024 15:39 / atualizado em 23/04/2024 10:52
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