CONFLITO

Irã executa quatro homens acusados de espionar para Israel

De acordo com a Anistia Internacional, a sentença de morte foi pronunciada contra eles "após um julgamento secreto manifestamente injusto"

Chefe do Exército do Paquistão, General Syed Asim Munir (2D), conversando com o Ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir-Abdollahian (E), durante uma reunião em Rawalpindi. -  (crédito: Pakistan's Inter Service Public Relation (ISPR) / AFP)
Chefe do Exército do Paquistão, General Syed Asim Munir (2D), conversando com o Ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir-Abdollahian (E), durante uma reunião em Rawalpindi. - (crédito: Pakistan's Inter Service Public Relation (ISPR) / AFP)

Quatro membros da minoria curda do Irã, acusados de espionarem para Israel, foram enforcados nesta segunda-feira (29/1), apesar de uma campanha em seu favor por parte de organizações de direitos humanos, que consideraram o julgamento injusto. 

Eles foram detidos em julho de 2022, quando preparavam uma operação contra um centro do Ministério da Defesa em Isfahan, no centro do Irã, de responsabilidade do Mossad, segundo a agência Mizan Online da Autoridade Judiciária Iraniana. 

O Ministério da Inteligência anunciou, então, ter "identificado uma rede de agentes da organização sionista de espionagem, e todos seus membros foram detidos", segundo a Mizan.

Condenados à morte em setembro de 2023, foram enforcados na madrugada desta segunda-feira. 

De acordo com a agência judicial, os quatro homens foram recrutados pela Mossad, o serviço de Inteligência israelense no exterior, "aproximadamente um ano e meio antes da operação". 

Posteriormente, foram enviados para países africanos para "cursos de formação nos centros militares desses países".

A execução dos quatro homens, todos com menos de 30 anos, parecia iminente. Seus parentes foram convocados no domingo para uma reunião final. 

De acordo com a Anistia Internacional, que descreve os quatro homens como "dissidentes curdos iranianos", a sentença de morte foi pronunciada contra eles "após um julgamento secreto manifestamente injusto". 

Sua execução "se baseia em confissões obtidas sob tortura e sem um julgamento justo. Considera-se uma execução extrajudicial", disse Mahmood Amiry Moghaddam, diretor do grupo Iran Human Rights (IHR), com sede na Noruega, que estima em 65 o número de detentos enforcados em 2024.

"Não vou perdoar nem esquecer o que aconteceu hoje!", afirmou Joanna Taimasi, esposa de um deles e que agora mora no exterior, na rede social X. 

Procedentes de áreas povoadas por curdos no oeste do Irã, esses jovens foram "privados de seus direitos fundamentais à representação legal, a visitas e até a comunicação com suas famílias", denunciou a associação pró-direitos curda Hengaw em um comunicado. 

"Mesmo segundo os padrões da República Islâmica do Irã, os requisitos mínimos para um julgamento justo não foram cumpridos em seu caso", lamentou a Hengaw. 

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postado em 29/01/2024 18:30
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