Meio ambiente

Por que maior navio de cruzeiro do mundo causa preocupação

O maior navio de cruzeiro do mundo utiliza tecnologia de gás natural liquefeito, que alguns ambientalistas consideram muito poluente.

O Icon of the Seas, com 20 decks, conta com sete piscinas, seis tobogãs e mais de 40 restaurantes, bares e lounges -  (crédito: Getty Images)
O Icon of the Seas, com 20 decks, conta com sete piscinas, seis tobogãs e mais de 40 restaurantes, bares e lounges - (crédito: Getty Images)
Navio Icon of the Seas
Getty Images
O Icon of the Seas, com 20 decks, conta com sete piscinas, seis tobogãs e mais de 40 restaurantes, bares e lounges

O maior navio de cruzeiro do mundo partiu para sua primeira viagem na semana passada de Miami, nos Estados Unidos, em meio a preocupações de ambientalistas.

O Icon of the Seas, com 365 metros de comprimento, tem 20 decks e pode acomodar no máximo 7,6 mil passageiros a bordo.

O navio, que pertence ao grupo Royal Caribbean, iniciou uma viagem de sete dias.

Os ingressos variam de US$ 1.723 a US$ 2.639 por pessoa (de R$ 8,473 a R$ 12,978), de acordo com o site da Royal Caribbean. Um cruzeiro na alta temporada, perto do Natal, custará US$ 5.124 (R$ 25,198) por pessoa.

Sua viagem inaugural fará escala em Saint Kitts e Nevis e Charlotte Amalie, nas Ilhas Virgens dos EUA.

Ambientalistas alertam que o navio, movido a gás natural liquefeito (GNL), vai liberar gás metano nocivo no ar — um fator forte quando se trata do aquecimento climático.

"É um passo na direção errada", disse Bryan Comer, diretor do Programa Marítimo do Conselho Internacional de Transportes Limpos (ICCT), segundo a agência de notícias Reuters.

"Estimamos que a utilização de GNL como combustível marítimo provocam emissões mais de 120% maiores ao longo do seu ciclo de vida do que o diesel marítimo", disse.

A polêmica

Icon of the Seas
Getty Images
Icon of the Seas partindo de South Pointe Park em Miami Beach

No início desta semana, o ICCT publicou um relatório que aponta que as emissões de metano dos navios movidos a GNL são superiores às propostas pela regulamentação atual.

Embora o GNL queime de forma mais limpa do que os combustíveis navais tradicionais, como o óleo combustível, existe o risco de que algum gás escape, causando vazamento de metano para a atmosfera.

O metano na atmosfera é um poderoso gás de efeito estufa, que retém 80 vezes mais calor do que o dióxido de carbono ao longo de 20 anos.

A redução destas emissões é considerada crucial para conter o aquecimento global.

Um porta-voz da Royal Caribbean disse que o Icon of the Seas é 24% mais eficiente em termos energéticos do que o exigido pela Organização Marítima Internacional para os navios modernos.

A empresa diz que planeja introduzir um navio com emissões líquidas zero até 2035.

Viagem inaugural

Icon of the Seas
Getty Images
Um porta-voz da Royal Caribbean disse que o Icon of the Seas é 24% mais eficiente em termos energéticos do que o exigido pela Organização Marítima Internacional para os navios modernos

Na quinta-feira, o astro do futebol argentino Lionel Messi, que atualmente joga no Inter Miami, participou da cerimônia de inauguração do navio.

O Icon of the Seas custou US$ 2 bilhões para ser construído. Ele foi fabricado em Turku, na Finlândia, e registrado com bandeira das Bahamas. A embarcação conta com sete piscinas, seis tobogãs e mais de 40 restaurantes, bares e lounges.

A indústria de cruzeiros é um dos setores do turismo que mais cresce, com os jovens em particular interessados nesta modalidade de férias, de acordo com a entidade comercial Cruise Lines International Association.

O setor contribuiu com US$ 75 bilhões para a economia global em 2021, segundo relatório.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

BBC
BBC Geral
postado em 29/01/2024 08:42 / atualizado em 29/01/2024 09:00
x