Antes de ser executado por asfixia com nitrogênio, nessa quinta-feira (25/1), o prisioneiro Kenneth Smith falou que o Alabama, nos Estados Unidos, fez a humanidade "andar um passo para trás". Condenado a pena de morte por assassinar uma mulher a mando de um pastor, Smith se tornou a primeira pessoa a ser executada por meio de asfixia por gás nitrogênio nos Estados Unidos. O método é autorizado no Alabama desde 2018, mas nunca tinha sido usado.
A última refeição de Kenneth foi feita pela manhã. Ele se alimentou de bife, batata fritas e ovos e foi proibido de ingerir outros alimentos sólidos a partir de 10h (13h, em Brasília).
Agentes penitenciários colocaram uma máscara no rosto de Smith para que ele inalasse nitrogênio, o que resultou em morte por falta de oxigênio. O prisioneiro tentou resistir, prendendo a respiração o máximo que pôde, mas ficou inconsciente e morreu minutos depois. O prisioneiro foi declarado morto às 20h25 (23h25 no horário de Brasília), 29 minutos após o início da execução.
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"A justiça foi feita. Esta noite, Kenneth Smith foi executado pela atrocidade que cometeu há 35 anos", disse o procurador-geral do Alabama, Steve Marshall, ao afirmar que o estado "fez algo histórico".
Kenneth Smith foi condenado em 1989 pelo assassinato da esposa de um pastor, que foi esfaqueada e espancada em um crime encomendado pelo valor de US$ 1 mil. O preso é um dos únicos detentores da história dos EUA a ser levado mais de uma vez para a pena de morte.
Em novembro de 2022, a execução de Smith por injeção letal acabou sendo cancelada depois que os funcionários da prisão não conseguiram colocar uma linha intravenosa nas veias dele, tornando essa a terceira tentativa fracassada de injeção letal no Alabama.
Em um comunicado, a União Europeia criticou a execução de Smith com um método que, "de acordo com os principais especialistas, é uma punição particularmente cruel e incomum" e ressaltou a firme oposição à pena de morte "em todos os momentos e circunstâncias".
O Escritório do Alto Comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos (OHCHR, na sigla em inglês) expressou que estava "alarmado" com o procedimento utilizando um método "incipiente e não comprovado". "Isto poderia constituir tortura e outros tratamentos cruéis ou degradantes, segundo o direito internacional", alertou a porta-voz Ravina Shamdasani.
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