Pelo menos dois civis morreram e 11 policiais ficaram feridos no protesto que os apoiadores do ex-presidente Evo Morales iniciaram na segunda-feira (22) contra os juízes que inabilitaram sua candidatura presidencial para 2025, segundo um relatório oficial.
Depois de quatro dias de manifestações, o governo de Luis Arce – ex-aliado de Morales – afirmou, nesta quinta-feira (25), que duas pessoas morreram quando ficaram presas nos bloqueios de estradas realizados por cocaleiros e outras organizações de agricultores.
Na quarta-feira, foi informada a morte de uma mulher de 53 anos que tinha problemas de pressão arterial e não conseguia viajar por via terrestre de La Paz a Santa Cruz.
"Queremos denunciar (...) a segunda morte devido ao bloqueio Evista", disse o vice-ministro do governo, Roberto Ríos, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira.
A vítima é René Pauasi, um trabalhador do setor dos transportes de 57 anos, que sofreu uma parada cardíaca na noite de quarta-feira na região de Chapare, departamento de Cochabamba, e não pôde ser socorrido devido ao bloqueio das estradas, segundo o responsável.
Também no dia anterior, 11 policiais foram feridos por manifestantes que os atacaram com pedras e explosivos em determinado momento do protesto no departamento de Potosí.
"A federação de agricultores de Potosí, composta por aproximadamente 200 pessoas, emboscou nossos policiais", disse o coronel Juan Amílcar Sotopeña, comandante regional da polícia, à rádio local.
Alguns dos feridos foram levados para centros de saúde, mas nenhum deles em estado grave.
Nesta quinta-feira, a Administradora de Rodovias registrou 22 pontos de bloqueio nas estradas de Cochabamba, Oruro, Potosí, La Paz e Santa Cruz, motor econômico da Bolívia, ante os 16 de quarta-feira.
O protesto foi convocado em repúdio à decisão do Tribunal Constitucional que impede Morales de apresentar novamente sua candidatura, com o argumento de que já cumpriu os dois mandatos permitidos pelo regulamento.
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