Igreja católica

Bispos africanos consideram inadequadas as bênçãos a casais homoafetivos

Os religiosos utilizam como argumento o contexto cultural do continente, em que a homossexualidade é criminalizada em muitos países

Desde sua eleição, em 2013, o papa Francisco tenta abrir as portas da Igreja Católica à comunidade LGBTQIAP+, mas não consegue vencer ala tradicional da instituição. -  (crédito: Daniel James/Unsplash)
Desde sua eleição, em 2013, o papa Francisco tenta abrir as portas da Igreja Católica à comunidade LGBTQIAP+, mas não consegue vencer ala tradicional da instituição. - (crédito: Daniel James/Unsplash)

Os bispos católicos africanos afirmaram, nesta quinta-feira (11), que a recente aprovação por parte do Vaticano de bênçãos a casais homoafetivos é "inadequada" no contexto cultural desse continente.

A homossexualidade ainda é ilegal em muitos países africanos, que a reprimem, em muitos casos, incentivados pelos setores mais conservadores do cristianismo e do islamismo. 

A Santa Sé autorizou no mês passado, com a aprovação do papa Francisco, a bênção de casais "irregulares" aos olhos da Igreja, incluindo os de divorciados e de pessoas do mesmo sexo, desde que essa bênção fosse realizada fora de rituais litúrgicos. 

Essa iniciativa foi rejeitada pelos bispos, principalmente de países africanos, e levou o Vaticano a esclarecer que não implicava qualquer mudança na doutrina e a destacar a necessidade de manter a "prudência" em alguns países.

"A doutrina da Igreja sobre o casamento cristão e a sexualidade permanece inalterada", destacou também nesta quinta-feira o Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar (Secam), em um comunicado emitido em Acra, capital do Gana. 

"Por esta razão, nós, os bispos africanos, consideramos inadequado abençoar uniões homossexuais ou casais do mesmo sexo na África porque, no nosso contexto, isso causaria confusão e estaria em contradição direta com o ethos cultural das comunidades africanas", acrescenta o documento. 

Desde a sua eleição, em 2013, Francisco, de 87 anos, tem tentado abrir as portas da Igreja a todos os fiéis, incluindo à comunidade LGTBQIAP+, sem vencer a resistência dos católicos mais conservadores.

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postado em 11/01/2024 18:12 / atualizado em 11/01/2024 18:13
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