CONFLITO ARMADO

Entenda o que desencadeou onda de violência no Equador

O presidente equatoriano Daniel Noboa declarou que o país está em "conflito armado interno" e ordenou aos militares que neutralizem as quadrilhas de narcotráfico

Esquadrão da polícia equatoriana entrou nas instalações do canal de televisão TC do Equador depois que homens armados não identificados invadiram o estúdio de televisão estatal ao vivo em 9 de janeiro de 2024       -  (crédito: STRINGER/AFP)
Esquadrão da polícia equatoriana entrou nas instalações do canal de televisão TC do Equador depois que homens armados não identificados invadiram o estúdio de televisão estatal ao vivo em 9 de janeiro de 2024 - (crédito: STRINGER/AFP)

O Equador vive uma onda de violência há dois dias após a fuga de Adolfo Macías, conhecido como "Fito", do presídio em que estava. O foragido é chefe da principal quadrilha criminosa do país, a Los Choneros. Sete policiais foram sequestrados em Machala, Quito e El Empalme. Também foram registradas explosões direcionadas a um posto policial e veículos foram incendiados. Além disso, homens armados com fuzis e granadas invadiram, na terça-feira (9/1), o canal TC Televisiónao vivo.

Em resposta a esses ataques, o presidente equatoriano, Daniel Noboa, declarou que o país está em "conflito armado interno" e ordenou aos militares que neutralizem as quadrilhas de narcotráfico. Com isso, vigora no Equador um estado de exceção por 60 dias, devido a sequestros de policiais, ataques à imprensa e rebeliões em presídios. Segundo um balanço da polícia equatoriana, 70 pessoas já foram detidas e 17 presos recapturados.

Brasil acompanha a violência no Equador com preocupação

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou que "o governo brasileiro acompanha com preocupação e condena as ações de violência conduzidas por grupos criminosos organizados em diversas cidades no Equador. Manifesta também solidariedade ao governo e ao povo equatorianos diante dos ataques".

O brasileiro Thiago Allan Freitas foi sequestrado em Guayaquil. Ele vive no Equador há três anos, onde tem uma churrascaria brasileira. Gustavo, filho do chef de cozinha, pediu ajuda para pagar o resgate do pai. O jovem afirmou que a família já deu todo o dinheiro que tinha, mas não conseguiu pagar os US$ 3 mil pedidos pelos sequestradores. Nesta quarta-feira (10/1), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Mauro Vieira vão se reunir para debater a crise no Equador.

Quem é Fito?

Adolfo Macías, conhecido como "Fito", é agora o fugitivo mais perigoso do Equador. Ele é o líder da facção criminosa Los Choneros e cumpria pena em uma prisão no litoral, próximo de Guayaquil (a maior cidade do país) desde 2011. O criminoso foi condenado a 34 anos por crime organizado, narcotráfico e homicídio.

Folheto divulgado pelas Forças Armadas do Equador mostrando Adolfo Macias, também conhecido como Fito, líder da gangue criminosa Los Choneros
Folheto divulgado pelas Forças Armadas do Equador mostrando Adolfo Macias, também conhecido como Fito, líder da gangue criminosa Los Choneros (foto: ECUADOREAN ARMED FORCES / AFP)

Fito assumiu o comando da organização criminosa em 2020, após as mortes de seus amigos Jorge Luis Zambrano, conhecido como 'Rasquiña', e Junior Roldán, o 'JR'. Segundo o centro de estudos Insight Crime, as últimas mudanças no comando dos Choneros "motivaram lutas internas no grupo e em seus subgrupos".  Em 2013, o criminoso já havia escapado da prisão e ficou foragido por três meses.

*Com informações da AFP

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 10/01/2024 08:01
x