O Ministério da Saúde do Hamas afirmou neste domingo (7) que dois jornalistas palestinos morreram em um bombardeio israelense na Faixa de Gaza.
Mustafa Thuria, um cinegrafista independente que trabalhava para a agência AFP, e Hamza Wael Dahdouh, repórter do canal Al Jazeera, morreram enquanto viajavam em um veículo, disseram o ministério e as equipes de resgate.
A AFP solicitou uma reação do Exército israelense e os militares responderam pedindo as "coordenadas" geográficas do local do ataque.
Em comunicado, a rede Al Jazeera "condenou veementemente o ataque realizado esta manhã pelas forças de ocupação israelenses contra o veículo de alguns jornalistas palestinos".
O pai de Hamza, Wael al Dahdouh, editor-chefe do escritório da Al Jazeera na Faixa de Gaza, foi recentemente ferido em um bombardeio.
A esposa de Wael al Dahdouh e outros dois filhos foram mortos em um ataque israelense nas primeiras semanas da guerra.
"Hamza era tudo para mim", disse Dahdouh após saber da morte de seu filho.
"Espero que o sangue do meu filho Hamza seja o último derramado pelos jornalistas e pelo povo da Faixa de Gaza", acrescentou.
As imagens mostram Dahdouh chorando e abraçando o corpo do filho em um hospital, cercado por outros jornalistas e seus familiares.
Thuria, na casa dos 30 anos, trabalhava como freelancer para a Agence France-Presse desde 2019 e também colaborava com outros veículos de comunicação, incluindo AP, Reuters, Al Jazeera e CNN, segundo seus colegas da AFP.
Os repórteres haviam ido filmar o bombardeio de uma casa em Rafah, no sul de Gaza, e o seu veículo foi atingido quando retornavam.
O secretário-geral da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), Christophe Deloire, expressou a sua comoção com as mortes.
"Estamos chocados com a notícia da morte em Gaza" de Moustafa Thuraya e Hamza Wael Dahdouh, disse ele em sua conta na rede social X. "Aparentemente, um ataque israelense atingiu o carro deles. Realmente é um massacre interminável".
A guerra entre Israel e o Hamas eclodiu em 7 de outubro, após um ataque de combatentes do movimento islamista palestino em território israelense que deixou cerca de 1.140 mortos, segundo um registro da AFP baseado em números das autoridades israelenses.
A ofensiva que Israel lançou em Gaza em retaliação deixou até agora pelo menos 22.835 mortos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que governa este território palestino desde 2007.
Entre 7 de outubro e 31 de dezembro, pelo menos 77 jornalistas e trabalhadores da imprensa morreram, de acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas, com sede em Nova York.
Dos 77 repórteres mortos, 70 eram palestinos, quatro israelenses e três libaneses.
A assessoria de imprensa do Hamas expressou em comunicado a sua "condenação ao crime hediondo cometido pelo exército de ocupação israelense na tentativa de intimidar (jornalistas) e impedir a cobertura da mídia".
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