Salah al-Arouri, vice-presidente do gabinete político do Hamas e fundador do braço militar do grupo palestino, morreu nesta terça-feira (2/01) em uma explosão no sul de Beirute, capital do Líbano, confirmou o grupo palestino.
A explosão, na qual morreram outras cinco pessoas, ocorreu no bairro Dahiyeh.
O Hamas, grupo que controla a Faixa de Gaza, tem laços estreitos com o Hezbollah, grupo libanês apoiado pelo Irã e com forte presença no bairro onde ocorreu a explosão.
Os militares israelenses disseram à BBC que não comentarão as reportagens da mídia estrangeira que relacionam a explosão com possíveis ataques de Israel.
Mark Regev, um assessor próximo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que a explosão foi resultado de um "ataque cirúrgico" contra o Hamas.
Em entrevista à rede americana MSNBC, no entanto, Regev não creditou a Israel a autoria do ataque.
"Quem quer que tenha feito isso precisa deixar claro que não foi um ataque ao Estado do Líbano", afirmou. "Quem quer que tenha feito isso, fez um ataque cirúrgico contra o Hamas."
Apesar disso, o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, qualificou a explosão de "um crime" que "visa arrastar o Líbano para uma nova fase de confronto com Israel".
Salah al Arouri, 57 anos, foi vice-presidente do gabinete político do Hamas e comandante e fundador das brigadas Al-Qassam, o braço militar do grupo.
Ele esteve envolvido em um acordo em que mais de 1.000 prisioneiros palestinos foram libertados em troca de um soldado israelense em 2006.
Al-Arouri se juntou ao Hamas em 1987, liderou o movimento estudantil islâmico e ajudou a estabelecer a presença militar do grupo na Cisjordânia.
Escalada do conflito
O episódio desta terça ocorre em meio a uma escalada de combates entre forças israelenses e o grupo libanês Hezbollah na fronteira Israel-Líbano desde 7 de outubro.
Nesse dia, o Hamas lançou um ataque ao território israelense no qual morreram 1.200 pessoas e que levou Israel a iniciar uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, na qual morreram mais de 20.000 pessoas até o momento.
No final do mês passado, o ministro da Defesa israelense, Benny Gantz, disse que as forças israelenses agiriam para expulsar o Hezbollah da fronteira se os ataques do grupo continuassem.
O Hezbollah é considerado uma organização terrorista pelos países ocidentais, por Israel, pelas nações árabes do Golfo e pela Liga Árabe.
Financiada pelo Irã, é uma das forças militares não estatais mais fortemente armadas do mundo.
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