Autoridades da China enfrentam nesta quinta-feira (21/12) uma "corrida contra o tempo" para garantir que os afetados pelo terremoto mais letal dos últimos anos estejam protegidos das baixas temperaturas do inverno.
Pelo menos 135 pessoas morreram no terremoto, que atingiu a fronteira entre as províncias de Qinghai e Gansu, no noroeste, durante a noite de segunda-feira.
As condições climáticas adversas de dezembro dificultam ainda mais as operações de socorro.
"Estamos em uma corrida contra o tempo para atender às necessidades da população o mais rápido possível, para que as pessoas possam passar um inverno quente e em total segurança", explicou à AFP uma funcionária do condado de Jishishan, em Gansu, Zhou Yongfeng.
Devido ao registro recorde de baixas temperaturas em várias regiões da China, as autoridades emitiram alertas em grande parte do país.
Uma extensa operação logística foi feita nos últimos três dias, com milhares de socorristas instalando abrigos, fornecendo comida e outros serviços para os deslocados, conforme constatado pela AFP.
No entanto, "as tendas improvisadas não são uma solução a longo prazo. (...) Mas como os invernos são muito frios no norte da China, não é possível reconstruir logo após o desastre", indicou Zhou.
"Ebulição" do solo
Quase mil pessoas ficaram feridas nas duas províncias após o tremor de pouca intensidade, que, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, foi sentido às 11h59 locais (12h59 no horário de Brasília) de segunda-feira.
O terremoto atingiu 5,9 de magnitude e seu epicentro aconteceu a 100 km de Lanzhou, a capital de Gansu.
De acordo com a agência de notícias estatal Xinhua, o número de mortos aumentou na quinta-feira, enquanto equipes de resgate permaneceram procurando por vítimas soterradas vivas na terça-feira, na cidade de Zhongchuan, em Qinghai.
Doze pessoas ainda estão desaparecidas no local após uma "ebulição de areia", um fenômeno que pode ocorrer durante um terremoto, quando o solo liquefaz e provoca a expulsão de areia e água do terreno, segundo a Xinhua.
Este é o terremoto mais mortal desde 2014, quando mais de 600 pessoas morreram na província de Yunnan, no sudoeste.
No hospital do condado de Jishishan, médicos atendiam os feridos leves em edifícios visivelmente danificados pelo tremor.
"Eu realmente quero voltar para casa", disse à AFP uma paciente que aguardava cirurgia na perna ferida. "Mas minha casa foi destruída, não sei para onde ir", acrescentou.
"As pessoas ainda estão preocupadas com as réplicas, não conseguem dormir porque não há lugar seguro", disse um funcionário do condado.
Posteriormente, ocorreram dezenas de tremores secundários menores, e as autoridades alertaram que nos próximos dias pode haver tremores com mais de 5 graus.
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