Líderes de 116 nações se comprometeram a triplicar suas capacidades para energias renováveis até 2030, e outros 20 prometeram o mesmo em relação à geração nuclear até 2050. O ato, considerado histórico, ocorreu ontem, durante o terceiro dia de COP28, Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, em Dubai, nos Emirados Árabes. Participaram Brasil, China, Índia, Estados Unidos e a União Europeia.
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Os representantes dos países se comprometeram a "trabalhar juntos" para aumentar as capacidades renováveis globais, incluindo energia eólica, solar, hidroelétrica, e de outras fontes, até os 11 mil gigawatts (GW), em comparação com os cerca de 3.400 GW atuais.
Conforme o material divulgado pela agência internacional de notícias, Agence France Presse, o debate em torno de energias renováveis e a opção nuclear é realizado há décadas, apesar de instituições como a Agência Internacional de Energia (AIE) insistirem que essas opções são compatíveis.
Estados Unidos, França e Japão fazem parte do grupo de 20 países dispostos a triplicar a sua produção de energia nuclear até meados do século. "A realidade dos fatos e as provas dizem que não é possível chegar a emissões líquidas zero em 2050 sem alguma energia nuclear", nas palavras do enviado especial dos EUA, John Kerry.
Alternativa
No entanto, a energia nuclear não parece ser uma alternativa para todos. "Não temos tempo a perder com distrações perigosas como a energia nuclear", reagiu Jeff Ordower, diretor para América do Norte do grupo ambientalista 350.org.
A lista de signatários da declaração pró-nuclear da COP28 inclui países em desenvolvimento como a Mongólia e Marrocos, e outros em guerra como a Ucrânia e grandes produtores de combustíveis fósseis, tal qual os Emirados Árabes Unidos.
Segundo cálculos da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), 412 reatores nucleares em 31 nações fornecem atualmente quase 10% da produção total de eletricidade do mundo. Isso representou o equivalente a 2.545 terawatts (TWh) em 2022.
Outro anúncio, simbólico, foi feito pelo presidente colombiano Gustavo Petro de que seu país se unia ao Tratado de Não Proliferação de Combustíveis Fósseis. É a primeira nação não insular que se une ao tratado, um chamado que surgiu em 2019 de um grupo de ilhas do Pacífico, Ásia e Caribe.
A Colômbia é a quarta potência petrolífera latino-americana com cerca de 1 milhão de barris diários. Já os EUA anunciaram uma contribuição de três bilhões de dólares ao Fundo Verde para o Clima.
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