Palavra santa

Em mensagem de Natal, Papa pede que a paz reine no mundo

Na bênção de Natal, o pontífice apela para o fim das guerras e da indústria de armas. A mensagem foi acompanhada por milhares de fieis na sacada central da Basílica de São Pedro, no Vaticano

O Santo Padre apela pelo fim das guerras e o combate à indústria de armas       -  (crédito:  AFP)
O Santo Padre apela pelo fim das guerras e o combate à indústria de armas - (crédito: AFP)
postado em 26/12/2023 06:00

Na tradicional mensagem de Natal, o papa Francisco desta segunda-feira (25/12) durante a bênção Urbi et Orbi ("à cidade e ao mundo"), da sacada central da Basílica de São Pedro, no Vaticano, evocou pelo fim da guerra em Israel, lembrando que foi em Belém onde Jesus Cristo nasceu, reiterou a preocupação com os conflitos entre  Ucrânia e a Rússia, assim como com a indústria de armas. Para ele, o que ocorre hoje em Gaza é uma "situação humanitária desesperadora" e apelou pela libertação dos reféns que ainda estão sob poder do Hamas e o imediato cessar-fogo.

"Tenho no coração a dor pelas vítimas do ataque de 7 de outubro e renovo um apelo urgente para a libertação daqueles que ainda são mantidos como reféns", afirmou o Santo Padre. "Suplico que cessem as operações militares, com suas consequências dramáticas de vítimas civis inocentes, e que a situação humanitária desesperadora seja remediada, permitindo a chegada de ajuda", acrescentou.

A situação humanitária na Faixa de Gaza se agrava diariamente, pois 85% da população foi obrigada a abandonar suas casas. Para a Organização das Nações Unidas (ONU), a situação é catastrófica. A ajuda humanitária chega a conta-gotas no território e depende de autorização dos israelenses para passar pela fronteira com o Egito e do posto fronteiriço israelense de Kerem Shalom.

Israel promete "aniquilar" o Hamas após o ataque sem precedentes de 7 de outubro, uma vez que cerca de 1.140 pessoas foram assassinadas, a maioria civis. O grupo radical islâmico sequestrou 240 pessoas e 129 permanecem como reféns em Gaza, segundo o governo de Israel. Os bombardeios israelenses deixaram mais de 20.400 mortos em Gaza, a maioria mulheres e menores de idade, segundo o Hamas, que governa o território palestino desde 2007.

No domingo (24/12) os refugiados palestinos que estão em Al Maghazi foram surpreendidos com um bombardeio na área. O ataque deixou pelo menos 70 mortos e destruiu várias "cassas", segundo o Ministério da Saúde do Hamas. O balanço não foi confirmado por fonte independente. 

"Que não se siga alimentando a violência e o ódio, mas que se encontre uma solução para a questão palestina, por meio de um diálogo sincero e perseverante entre as partes, sustentado por uma forte vontade política e o apoio da comunidade internacional", pediu o papa na mensagem em que enfatizou o lema "não à guerra, sim à paz".

Fim dos conflitos

O papa Francisco ressaltou ainda a necessidade urgente de encerrar os conflitos na Síria e pediu paz na Ucrânia cuja guerra com a Rússia está prestes a completar dois anos em fevereiro. O Santo Padre lembrou também das "tensões e dos conflitos que perturbam as regiões do Sahel, entre o Saara na África e o Sudão, além de Camarões, República Democrática do Congo e Sudão do Sul".

No trecho dedicado ao "continente americano", o papa pediu aos governantes, que "encontrem soluções idôneas que levem a superar as dissensões sociais e políticas, a lutar contra as formas de pobreza que ofendem a dignidade das pessoas, a resolver as desigualdades e a enfrentar o doloroso fenômeno das migrações". Ele não mencionou especificamente o confronto entre Venezuela e Guiana nem as tensões na Argentina em decorrência das medidas adotadas pelo governo do presidente Javier Milei.

Ao apelar pelo fim dos confrontos, Francisco condenou a produção e o comércio de armas, que chamou de "instrumentos de morte" a serviço da guerra, "uma viagem sem objetivo, uma derrota sem vencedores, uma loucura sem desculpas". "Como é possível falar de paz se a produção, a venda e o comércio de armas aumentam?", reagiu o papa. "As pessoas, que não querem armas, e sim pão, que têm dificuldades para seguir adiante e pedem paz, não sabem quantos fundos públicos são destinados aos armamentos", disse.

 

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