A população do Chile votou contra a nova proposta de Constituição, elaborada por um conselho dominado pela extrema direita, e seguirá com o texto imposto pela ditadura de Augusto Pinochet. Com a apuração dos votos de 99% das mesas, a opção “contra” obteve 55,75% dos votos, segundo o Serviço Eleitoral (Servel), em dados divulgados neste domingo (17/12).
O novo texto que poderia ser aprovado era considerado ainda mais conservador que o primeiro, criado na ditadura. Ele eliminava qualquer possibilidade de aborto, endurecia o tratamento contra migrantes irregulares e também reduzia o peso do Estado. Outros 44,25% dos eleitores votaram a favor da proposta.
Apesar de a atual Constituição ter passado por várias reformas que eliminaram suas normas mais autoritárias, ela ainda divide o país de quase 20 milhões de habitantes, com 70% nascidos depois da ditadura.
Segunda votação em dois anos
Pela segunda vez em dois anos, os chilenos rejeitaram nas urnas uma proposta para substituir a atual Constituição, herdada da ditadura (1973-1990) e reformada diversas vezes durante o período democrático.
Em setembro de 2022, 62% dos chilenos reprovaram um projeto de Constituição elaborado por uma Assembleia Constituinte dominada pela esquerda, que propunha um texto com transformações profundas, apoiado pelo governo de Gabriel Boric.
“Pela segunda vez, foi ratificada a Constituição em vigor no Chile, e é importante sermos coerentes com esta resposta democrática", disse Javier Macaya, presidente do partido de direita União Democrata Independente (UDI), que promoveu o texto rejeitado nas urnas.
Com informações da Agência France-Presse
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