A presidente de uma renomada universidade americana se demitiu, neste sábado (9/12), após uma enxurrada de críticas, que se seguiram a uma audiência no Congresso sobre o crescimento do antissemitismo nos campi dos Estados Unidos.
A presidente da Universidade da Pensilvânia, Elizabeth Magill, "apresentou voluntariamente sua renúncia", anunciou o presidente da junta diretora da universidade, Scott Bok. Bok também renunciou, segundo o jornal estudantil do campus.
Magill está entre os três presidentes de universidades de elite alvos de duras críticas por seu testemunho, na terça-feira, durante uma audiência no Congresso sobre antissemitismo nos campi.
O trio deu respostas tortuosas e aparentemente evasivas na audiência, quando perguntado se os estudantes que convocam o "genocídio de judeus" em seus recintos violam os códigos de conduta estudantil.
A reação foi rápida e intensa: 74 legisladores escreveram cartas exigindo a demissão imediata de Magill e dos presidentes da Universidade de Harvard e do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT).
A presidente de Harvard, Claudine Gay, se desculpou depois por não condenar com mais firmeza as ameaças de violência antissemita em seu campus. Magill enfrentou críticas ainda mais mordazes.
O governador da Pensilvânia, o democrata Josh Shapiro, qualificou seu desempenho de "absolutamente vergonhoso", e um doador importante disse que suspenderia uma doação de US$ 100 milhões (R$ 491,5 milhões, na cotação atual) para a Escola de Negócios Wharton, pertencente à universidade.
Bok, que dirigia o conselho administrativo da universidade, um organismo que gerencia os principais assuntos de governança, disse que Magill cometeu "um erro muito infeliz" ao anunciar sua partida.
Ao mesmo tempo, disse que sua própria demissão era "efetiva imediatamente".
Em sua nota ao campus, Bok disse que Magill permaneceria no cargo até ser nomeado um presidente interino e que permaneceria na equipe de professores da faculdade de Direito da universidade.
O antissemitismo e os crimes de ódio aumentaram nos Estados Unidos e nos campi universitários desde o ataque de militantes do Hamas contra Israel, em 7 de outubro, e a guerra subsequente em Gaza.
Com os ânimos acalorados nos campi, tem havido um debate mais amplo sobre quando a liberdade de expressão nas universidades se torna uma conduta que ameaça os demais.
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