O Hamas considera insatisfatórias as propostas israelenses para prolongar a trégua que deve expirar nesta quinta-feira, informou nesta quarta-feira (29) à AFP uma fonte do movimento islamista palestino que mantém dezenas de reféns israelenses na Faixa de Gaza.
"O que está sendo proposto nas discussões para estender a trégua não é o melhor", disse a fonte, acrescentando que as conversas estavam focadas na prorrogação por "dois ou mais dias" da trégua que permitiu, desde a última sexta-feira, a troca diária de reféns sequestrados pelo Hamas por prisioneiros palestinos em Israel, além do envio de ajuda humanitária à Gaza.
"Qualquer discussão sobre a troca de prisioneiros militares, de soldados e oficiais, deve ser precedida por um cessar da agressão [israelense] e pelo levantamento do bloqueio que sufoca Gaza", acrescentou.
"A próxima etapa das negociações deve se concentrar na troca de prisioneiros com mais de 18 anos, e a resistência está preparada para essa etapa", afirmou, acrescentando que tanto o Hamas quanto outros grupos armados palestinos estão "preparados para todas as opções".
"Se a trégua continuar, a resistência a respeitará enquanto o ocupante [israelense] também a respeitar", observou.
Um dirigente do Hamas afirmou que o movimento islamista aceitaria libertar os soldados israelenses mantidos como reféns em troca de todos os prisioneiros palestinos em Israel.
"Estamos dispostos a libertar todos os soldados em troca de nossos prisioneiros", declarou Basem Naim, ex-ministro da Saúde da Faixa de Gaza, em coletiva de imprensa na África do Sul.
A trégua, que começou na última sexta-feira, inicialmente por quatro dias, foi prorrogada por mais dois. Ambas as partes estão negociando com os mediadores, liderados pelo Catar, uma nova prorrogação que permita amenizar a desastrosa situação humanitária na Faixa de Gaza.
A guerra começou em 7 de outubro, com um ataque de combatentes islamistas que mataram 1.200 pessoas em Israel, a maioria civis, e sequestraram outras 240, de acordo com o balanço israelense.
Israel lançou em retaliação uma campanha de bombardeios contra a Faixa de Gaza, governada pelo Hamas, que, segundo o movimento islamista, deixou mais de 14.800 mortos, também em sua maioria civis.
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