Guerra

Mais reféns israelenses e prisioneiros palestinos são libertados, mas extensão da trégua segue indefinida

Após prorrogação de dois dias confirmada na segunda-feira (27), acredita-se que trégua possa ser ampliada novamente.

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Reencontro na Cisjordânia de palestino que estava preso em Israel e familiares; mais de 150 prisioneiros já foram liberados após acordo

No sexto dia de trégua entre Israel e o Hamas, mais reféns que haviam sido sequestrados em Israel e prisioneiros palestinos que estavam detidos em Israel foram liberados nesta quarta-feira (29).

Enquanto isso, ainda é incerto se a trégua continuará. O acordo inicial entre Israel e Hamas mediado pelo Catar previa quatro dias de pausa nos conflitos, período que depois foi prorrogado por mais dois dias — o que cobriria, a princípio, esta terça e quarta-feira.

Uma fonte familiarizada com as negociações disse à BBC que ainda estão em andamento conversas para estender a trégua.

Não está claro exatamente quando a trégua expiraria — há diferentes relatos sobre qual seria o horário do prazo.

Pelo menos 10 reféns israelenses e quatro tailandeses foram liberados nessa quarta, segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês).

Já o ministro das Relações Exteriores do Catar afirmou que está prevista a liberação de 30 prisioneiros palestinos.

Por conta de incertezas sobre o exato número de pessoas liberadas nesta quarta-feira, ainda não é possível falar da soma total de liberações até agora.

Até a terça-feira (28), um total de 81 reféns que estavam em Gaza — todos mulheres e crianças — haviam sido liberados. Os prisioneiros palestinos soltos somavam 180 e respondiam a acusações variadas, de lançamento de pedras à tentativa de assassinato.

Eles foram liberados a partir de uma lista de 300 detentos palestinos compilada por Israel. Menos de um quarto dos que constavam na lista foram condenados — a grande maioria estava em prisão preventiva aguardando julgamento.

A trégua prevê a libertação de um refém pelo Hamas em troca da soltura de três palestinos detidos em Israel.

Uma das reféns liberadas na terça foi Tami Metzger, 78 anos, sequestrada em Nir Oz junto com seu marido Yoram, 80 anos, que permanece sequestrado pelo Hamas. Tami tem mobilidade limitada e Yoram tem diabetes e quebrou o quadril há seis meses, segundo a nora do casal.

Entre os detentos palestinos liberados estava um adolescente de 14 anos que, em entrevista à rede Al Jazeera, afirmou ter presenciado muitas agressões nas prisões. Ele também disse ter escutado que não poderia sair de sua casa e nem comemorar sua libertação, pois poderia ser levado preso de novo.

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Pessoas com bandeira de Israel comemoram chegada de reféns na cidade de Ramat Gan

Na segunda-feira, as partes concordaram em prorrogar a trégua por mais 48h.

Um porta-voz do governo israelense afirmou que o país está aberto a um acréscimo de mais cinco dias de trégua sob o acordo atual.

"É claro que ambos os lados parecem querer isso [a prorrogação da trégua], desde que o processo se desenrole mais ou menos como o planejado, com pouquíssimas interrupções e desafios", afirma o jornalista da BBC Paul Adams, que está em Jerusalém.

"Não sabemos a situação das negociações que estão em curso, mas sabemos que elas estão em curso. Os esforços para manter esta trégua serão intensos."

Mas o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu já afirmou, de todo modo, que após a trégua as forças israelenses planejam continuar suas operações militares em Gaza com "toda a força".

Em Israel, alguns temem que uma pausa prolongada possa dar tempo ao Hamas para se reagrupar e organizar as suas defesas antes do possível reinício da guerra.

Em Gaza, com a trégua, a assistência está chegando com mais facilidade e os moradores estão usando a pausa no conflito para procurar desaparecidos, que o Hamas, que governa o território, estima serem cerca de 1.500 pessoas.

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