Trinta e um bebês palestinos prematuros foram evacuados do hospital Al-Shifa, na Cidade de Gaza, que a Organização Mundial da Saúde (OMS) descreveu como uma "zona de morte".
Os bebês foram levados para um hospital na cidade de Rafah, no sul do território, perto da fronteira com o Egito.
Centenas de pessoas, incluindo pacientes, deixaram o Al-Shifa neste sábado (18/11).
O hospital — o maior e mais moderno da Faixa de Gaza — está sob o controle das tropas de Israel.
Os militares israelenses vêm buscando evidências de que o local foi usado como quartel-general do Hamas.
O grupo, classificado como organização terrorista em muitos países ocidentais, lançou um ataque em Israel em 7 de outubro, no qual 1.200 pessoas foram mortas e mais de 240 feitas reféns.
Israel lançou, em seguida, uma grande operação militar contra a Faixa de Gaza, — envolvendo ataques aéreos e de artilharia, bem como tropas terrestres — visando eliminar o Hamas.
O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, afirma que o número de mortos no território desde então atingiu 12.300. Teme-se que mais de 2 mil pessoas estejam soterradas sob os escombros.
As Forças de Defesa de Israel ocupam o Al-Shifa desde quarta-feira (15/11), no que chamou de operação "precisa e direcionada" contra o Hamas.
Os médicos do Al-Shifa alertaram sobre a deterioração da situação no hospital, que dizem estar sem energia, comida e água há dias.
No sábado, centenas de pessoas, incluindo alguns pacientes, evacuaram o hospital, mas cerca de 300 pessoas gravemente doentes permaneceram no local, bem como dezenas de bebês prematuros.
A evacuação dos 31 bebês foi anunciada pela primeira vez pelo Crescente Vermelho e pelo Ministério da Saúde de Gaza neste domingo (19/11).
Israel ainda não se pronunciou sobre a evacuação, embora tenha dito anteriormente que ajudaria a evacuar os bebês para um "hospital mais seguro".
Os médicos do hospital disseram que bebês recém-nascidos morreram depois que a energia das incubadoras foi cortada devido à falta de combustível.
A evacuação dos bebês ocorre depois de uma equipe humanitária da ONU, liderada pela OMS, ter visitado o hospital no sábado.
A OMS afirmou, por meio de um comunicado, que havia "fortes combates em curso nas proximidades do hospital", que os membros da missão descreveram como uma "zona de morte".
O diretor do hospital, Muhammad Abu Salima, apelou à OMS e à ONU para ajudarem as equipes médicas e os pacientes a "deixarem este lugar desolado".
Salima disse ao serviço árabe da BBC que ainda restavam cerca de 25 profissionais médicos no hospital, mas que sem água e eletricidade não seriam capazes de cuidar adequadamente das centenas de pacientes restantes.
"O hospital, agora, é uma casa fantasma no sentido literal da palavra", disse ele.
"Cadáveres estão espalhados no pronto-socorro, pacientes gritam, a equipe médica está bastante indefesa, enquanto o Exército anda livremente pelo hospital", disse ele.
Israel alega que o Hamas opera um centro de comando nos subterrâneos do Al-Shifa — o que o grupo militante palestino nega — mas ainda não forneceu provas substanciais disso.
No início desta semana, o porta-voz militar de Israel, tenente-coronel Jonathan Conricus, disse que poderia levar semanas para fazer uma busca completa no complexo hospitalar.
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