A ministra da Saúde palestina, Mai Al-Kaila, disse à BBC que ainda não viu evidências de um centro de comando do Hamas no Hospital Al-Shifa em Gaza. Ela ainda disse que as forças israelenses “precisam mostrar” provas.
Al-Kaila concedeu a entrevista na quinta-feira (16/11), um dia depois de as forças israelenses entrarem em edifícios hospitalares, dizendo que o Hamas tinha uma base importante no local.
Tanto a inteligência de Israel quanto a dos EUA dizem que o Hamas usou túneis sob o hospital como centro de comando. O Hamas nega essa alegação.
Em busca de evidências
Al-Kailah disse à BBC: "Os hospitais devem ser protegidos e usados para cumprir deveres profissionais. Mas o Hospital Al-Shifa está sob cerco israelense há cinco dias. Então, se houver uma sede do Hamas [lá], eles precisam nos mostrar isso."
“Isso não quer dizer que, para defender certas posições, desconsideremos toda a questão do hospital e dos seus serviços, bem como [os] 10 mil civis que estão ali e sofrem.”
“É por isso que acredito que esta guerra deveria parar, porque ela é destrutiva para todos e ninguém está ganhando.”
A BBC entrou no hospital
A BBC e uma equipe de televisão dos Estados Unidos foram convidados pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) para ver o que foi encontrado até agora durante as buscas no Hospital Al-Shifa em Gaza.
Na quarta-feira, a BBC viu rifles, munições e coletes à prova de balas, que Israel diz pertencerem ao Hamas.
A visita da BBC foi rigidamente controlada e os repórteres não foram autorizados a falar com nenhum médico ou paciente no hospital.
Não houve qualquer censura nas palavras usadas para descrever a visita.
Condições 'terríveis'
Al-Kailah diz que a situação no hospital continua “terrível”, sem sinais de qualquer melhora.
“Não há água potável nem alimentos disponíveis para os profissionais de saúde, os pacientes ou as pessoas deslocadas”, descreve ela.
A ministra palestina detalha as condições difíceis no maior hospital de Gaza.
"A atmosfera é de horror. Fomos informados de que as pessoas estão aterrorizadas pelas forças de ocupação."
"Se há um exército de ocupação [organizando um] cerco, certamente haverá esse sentimento de horror. Eu sei disso com certeza, pois já passei por situações parecidas."
“Portanto, há de fato um horror entre as pessoas — especialmente porque a maioria delas é formada por crianças e mulheres”.