A profanação de dez sepulturas judaicas em um cemitério militar alemão da Primeira Guerra Mundial na França causou consternação, em um contexto de preocupação com os atos antissemitas, na esteira do conflito entre Israel e o movimento islamista Hamas.
Na quarta-feira (15), dez sepulturas "danificadas ou destruídas" foram encontradas no cemitério localizado em Moulin-sous-Touvent, uma cidade que fica 85 quilômetros ao nordeste de Paris, mas sem "qualquer inscrição", informou a Procuradoria.
O cemitério contém 1.903 túmulos cristãos e judeus de soldados alemães que lutaram durante a Primeira Guerra Mundial, segundo as autoridades.
"Os túmulos dos judeus não estavam juntos em uma área separada, mas espalhados por todo o cemitério", disse à AFP Alexandre de Bordelius, da Volksbund Deutsche Kriegsgräberfürsorge, uma organização que cuida dos túmulos dos alemães mortos na guerra.
A prefeita da cidade, Anne Brocvielle, disse que os autores estavam bem preparados. "É claro que eles estavam cheios de raiva", acrescentou.
Da Suíça, o presidente francês, Emmanuel Macron, condenou ontem, "com a maior força", a degradação dos túmulos e reiterou seu "compromisso pessoal" de "lutar de forma implacável e sem descanso contra qualquer forma de antissemitismo".
É a primeira vez que algo assim acontece em um cemitério militar alemão, disse De Bordelius.
Os túmulos nos cemitérios judaicos na Alsácia foram profanados várias vezes em 2018 e 2019.
Desde o início da guerra entre o movimento islamista Hamas e Israel, em 7 de outubro, a França registrou mais de 1.500 atos antissemitas. Isso representa três vezes mais do que em todo o ano de 2022, disseram autoridades francesas na terça-feira (13).
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