"Fiquei com muito medo e meu diário se tornou meu lugar seguro". Essa foi a motivação de Yeva Skalietska, hoje com 13 anos, ao escrever o livro Diário de uma Jovem na Ucrânia, já publicado no Brasil. Nas páginas, Yeva detalhou tudo o que sentiu quando a guerra começou e teve que se esconder no porão da casa em que morava com a avó, Iryna.
Em entrevista ao Correio, a jovem revelou que nunca havia mantido um diário até se ver dentro do porão. "Tive o impulso e comecei a escrever tudo o que estava acontecendo ao meu redor", conta.
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Yeva sentiu todas as emoções e o diário se tornou seu "lugar seguro", onde poderia esconder e derramar todos os meus sentimentos emoções sobre o que estava vivendo.
A jovem e a avó decidiram deixar a cidade de Kharkiv ainda no começo do conflito, no sétimo dia de guerra, quando vários ataques aéreos estavam ocorrendo. "Tentamos deixar a cidade, e felizmente entramos em contato com os voluntários que trouxeram nós para o Dnipro (ainda na Ucrânia)", relembra.
A viagem dela com a avó as levou até a cidade de Uzhgorod, onde foram enviadas para uma escola, ao lado de outros refugiados da Ucrânia. Foi lá que ela conheceu uma equipe do Channel 4 News, um veículo de comunicação britânico, que a ajudou a chegar na Irlanda por meio da Hungria.
Consigo, Yeva levou apenas o que estava com ela no porão como lápis, papéis, um laptop e o diário. Para ela, os relatos do diário transformados no livro "descreve uma guerra através dos olhos de uma criança". "Todos horror e medo que vivi, e também a fé em Deus que nos abriu o caminho para a segurança", afirmou também.
Quando questionada sobre o que espera alcançar com o livro, Yena acentua que clama pela paz e usa sua voz para descrever o quão aterrorizante e desolante a guerra pode ser através dos olhos de uma criança.
"Nós somos crianças e nós somos o futuro, por isso quero que vivamos sob um céu pacífico. A guerra destrói casas, edifícios, famílias e vidas humanas. Você não pode entender o que é a guerra, a menos que tenha vivido isso", frisa Yena.
A jovem acredita ainda que quanto menos as pessoas vivenciarem uma guerra, mais feliz o mundo será.
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