O ex-secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger morreu nesta quarta-feira (29/11) aos 100 anos.
Ele serviu como principal diplomata e conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos durante os governos Richard Nixon e Gerald Ford.
Em comunicado, a Kissinger Associates, empresa de consultoria política fundada por ele, disse que o ex-diplomata nascido na Alemanha morreu em sua casa, no Estado de Connecticut.
A declaração da Kissinger Associates não informou a causa da morte.
Kissinger completou 100 anos em maio e continuou ativo mesmo com muita idade — incluindo uma visita surpresa a Pequim em julho para se encontrar com o presidente chinês Xi Jinping.
Durante a sua longa carreira de décadas, Kissinger desempenhou um papel fundamental, e por vezes controverso, na política externa dos EUA.
Nascido na Alemanha em 1923, Kissinger foi para os EUA em 1938, quando sua família fugiu da Alemanha nazista.
Ele se tornou cidadão dos EUA em 1943 e serviu três anos no Exército dos EUA e, mais tarde, no Corpo de Contrainteligência.
Depois de obter bacharelado, mestrado e doutorado, ele lecionou relações internacionais na Universidade de Harvard.
Em 1969, o então presidente Nixon nomeou-o conselheiro de segurança nacional, posição que lhe deu enorme influência sobre a política externa dos EUA.
Como secretário de Estado durante a gestão Nixon — e posteriormente sob o presidente Gerald Ford —, Kissinger liderou esforços diplomáticos em relação à China, ajudou a negociar o fim da Guerra do Yom Kippur de 1973 entre Israel e os seus vizinhos e foi fundamental nos Acordos de Paz de Paris que puseram fim à Guerra do Vietnã.
Ao longo dos anos, no entanto, Kissinger também foi alvo de críticas contundentes daqueles que o acusaram de colocar a rivalidade com a União Soviética acima dos direitos humanos e de apoiar regimes repressivos em todo o mundo, incluindo a ditadura militar no Brasil e o regime de Augusto Pinochet no Chile.
Em 1973, ele recebeu o prêmio Nobel da Paz ao lado do político Le Duc Tho, do Vietnã do Norte — que se recusou a aceitar o prêmio.
A polêmica laureação levou à renúncia de dois membros do comitê do Nobel.
Embora Kissinger tenha deixado o serviço governamental em 1977, ele continuou a ser um comentarista prolífico de assuntos públicos. Seus conselhos eram frequentemente procurados por presidentes e parlamentares dos EUA.
Ele também atuou em conselhos de diversas empresas e foi presença constante em fóruns de política externa e segurança, além de ter escrito 21 livros.
Kissinger deixa sua esposa, com quem foi casado por quase 50 anos, bem como dois filhos de um casamento anterior e cinco netos.
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