Em um comunicado, o Hamas disse nessa segunda-feira (27/11) ter concordado com o Qatar e o Egito em prolongar a atual trégua com Israel por mais dois dias. Isso estenderia o período de quatro para seis dias. Israel ainda não confirmou formalmente o acordo.
Tanto o Hamas quanto Israel manifestaram a sua vontade de prorrogar o acordo atual e permitir a libertação de mais reféns de Gaza.
Uma autoridade palestina disse ontem à BBC que o Hamas estava preparado para libertar até 40 reféns adicionais, o que significaria uma prorrogação de quatro dias nos termos do acordo original feito com Israel.
Foi relatado que Israel estava inclinado para uma abordagem mais gradual e diária. E o governo israelense deixou claro que se prepara para retomar a guerra em Gaza, no final do processo.
O Hamas informou, em um comunicado à imprensa, que a trégua continuará "sob as mesmas condições estabelecidas antes".
A trégua atual prevê a libertação de um refém pelo Hamas em troca da soltura de três palestinos detidos em Israel. Até a tarde da segunda-feira, 39 reféns israelenses haviam sido libertados em troca de 117 prisioneiros palestinos.
O Hamas também afirmou que a lista de prisioneiros palestinos que serão libertados nesta noite inclui três mulheres e 30 crianças. O governo de Israel não confirma.
O Catar, o principal responsável pelas negociações entre Israel e Hamas, também anunciou a extensão da trégua.
Israel, por sua vez, apenas notificou as famílias dos reféns que serão libertados hoje, segundo o gabinete do primeiro-ministro. O comunicado, no entanto, não especificou quantos reféns seriam devolvidos.
É a quarta troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos em quatro dias, como parte do acordo de trégua temporária.
Consequências da trégua
Cerca de 180 pessoas permanecem em cativeiro em Gaza – incluindo cerca de uma dúzia de crianças. Os reféns foram capturados pelo Hamas durante os ataques contra Israel no dia 07 de outubro.
Em Israel, no entanto, alguns temem que uma pausa prolongada possa dar tempo ao Hamas para se reagrupar e organizar as suas defesas antes do possível reinício da guerra.
Em Gaza, a pausa permitiu a entrega da ajuda, à medida que continua a crise humanitária desencadeada por semanas de bombardeamentos israelenses.
Do lado palestino, houve muita comoção entre familiares ao reencontrarem entes queridos que estavam detidos.
No sábado, a BBC Árabe entrevistou Marah Bakeer, que estava presa, quando ela retornou à casa de sua mãe em Jerusalém.
Bakeer foi presa em 2015, aos 16 anos, e condenada a oito anos e meio de prisão por um ataque com faca a um policial na fronteira.
"Este acordo ocorre após a morte de muitas pessoas, o que nos deixa infelizes e desconfortáveis", afirmou.
Ela disse ter sido mantida em confinamento solitário e não tinha "ideia do que estava acontecendo lá fora, nenhuma ideia sobre a situação em Gaza".
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