Israel barra palestinos que tentam voltar para casa: "Proibido e perigoso"

Os palestinos aproveitam a trégua de quatro dias para tentar voltar para casa, no centro e ao norte de Gaza, mas foram repelidos por soldados israelenses

Os palestinos que se refugiaram em abrigos temporários no leste de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, retornam às suas casas, durante as primeiras horas de uma trégua de quatro dias nas batalhas entre Israel e militantes do Hamas - (crédito: Mahmud HAMS / AFP)

Rodrigo Craveiro +

Talita de Souza +

postado em 24/11/2023 07:49

As primeiras horas de trégua entre as forças de defesa de Israel e o grupo extremista Hamas têm sido usadas pelos palestinos para empenhar esforços em um retorno para as regiões das quais foram evacuados. O cessar-fogo começou nesta sexta-feira (24/11) e vai durar quatro dias,

De acordo com a AFP e a Al Jazeera, um grande número de residentes do local reuniram os pertences que restaram e caminham para a região central e norte de Gaza. A jornada, no entanto, foi interrompida por Israel, que afirmou ser “proibido e perigoso” voltar para o norte.

Aviões israelenses despejaram panfletos de advertência nas regiões em que os palestinos estão que dizem que “a guerra não acabou (...), retornar ao norte é proibido e muito perigoso”.

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  Os palestinos que se refugiaram em abrigos temporários no leste de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, retornam às suas casas, durante as primeiras horas de uma trégua de quatro dias nas batalhas entre Israel e militantes do Hamas Mahmud HAMS / AFP
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  Os palestinos que se refugiaram em abrigos temporários no leste de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, retornam às suas casas, durante as primeiras horas de uma trégua de quatro dias nas batalhas entre Israel e militantes do Hamas Mahmud HAMS / AFP
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  Uma mulher carrega seu gato enquanto palestinos que se refugiaram em abrigos temporários no leste de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, retornam para suas casas Mahmud HAMS / AFP
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  Os palestinos que se refugiaram em abrigos temporários no leste de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, retornam às suas casas, durante as primeiras horas de uma trégua de quatro dias nas batalhas entre Israel e militantes do Hamas Mahmud HAMS / AFP

De acordo com a Al Jazeera, quem insistiu em tentar voltar para casa recebeu uma repressão de soldados israelenses com gás lacrimogêneo e até mesmo disparos de arma de fogo. O Correio não conseguiu apurar a informação de maneira independente.

O retorno para casa é visto, para os palestinos, de formas diferentes. Alguns desejam resgatar algum pertence e tirar parentes que ficaram para trás dos escombros. Há também o desejo de fechar um ciclo. Em outubro, a ONU informou que palestinos tomados pela desesperança disseram que preferem voltar para a região “para morrer em casa”.

Trégua terá troca entre reféns e prisioneiros

Se tudo correr conforme o planejado, familiares de 13 civis sequestrados pelo grupo extremista Hamas, em 7 de outubro, terão na noite desta sexta-feira (24) o melhor shabat (dia de descanso judaico) de suas vidas. Poderão reencontrar entes queridos, depois de 48 dias de cativeiro na Faixa de Gaza. De acordo com o governo do Catar, às 7h (2h em Brasília), teria início a trégua humanitária entre Israel e Hamas, mediada por Doha, pelo Cairo e por Washington.

Às 16h (hora local), os 13 reféns — mulheres e crianças — cruzarão a passagem de Rafah, no sul de Gaza, e entrarão no Egito. Depois, serão conduzidos até Israel com a ajuda do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e do Crescente Vermelho.