Um supervulcão localizado em Nápoles, na Itália, causa preocupação de especialistas e dos moradores. O Campi Flegrei — que significa “campos ardentes”, remetendo à natureza eruptiva da região — apresenta intensidade na atividade sísmica desde dezembro de 2022, com chances de estar despertando, de acordo com o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia da Itália (INGV).
Sendo conhecida pelos geólogos como supervulcão devido a uma capacidade de enormes erupções, a planície, que aparentemente é despretensiosa, na verdade é uma depressão gigante, composta por crateras e caldeiras vulcânicas, — zona deprimida devido ao colapso de uma enorme câmara de magma subterrânea, após erupções gigantescas que ocorreram no passado. O local também possui a presença de fenômenos geotérmicos, como fumarolas e fontes termais, indicando intensa atividade magmática. Nesta zona está um território densamente habitado, com os municípios de: Bacoli, Monte di Procida, Possuoli, Quarto, Giugliano em Campânia e Nápoles.
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O alerta é principalmente devido a terremotos em nível moderado que têm ocorrido na região. Apenas em 2023, o Campi Flegrei registrou mais de 3 mil terremotos, dos quais 1,1 mil ocorreram apenas no mês de agosto.
A agência de proteção italiana considera a região como “zona vermelha”, devido ao risco de erupção. Mesmo estando separados por quilômetros de distância, a preocupação maior é devido à proximidade de Campi Flegrei com o vulcão mais famoso da Itália e muito conhecido pelo mundo, o Vesúvio, que destruiu Pompéia e Herculano em 79 d.C.
Quais os perigos?
As últimas "megaerupções" dos Campi Flegrei, capazes de distorcer o clima de todo o planeta, ocorreram há 40 mil e 15 mil anos. Foram as maiores atividades eruptivas já ocorridas no Mediterrâneo e são conhecidas respectivamente pelos nomes de Ignimbrite da Campânia e Tuff Amarelo Napolitano. Os geólogos reconstruíram o poder desses eventos a partir de depósitos ainda visíveis hoje.
Hoje em dia não há mais esses riscos, embora os supervulcões sejam gigantes e capazes de enormes erupções, também é muito raro testemunhar uma erupção com essa magnitude novamente.
*Estagiária sob supervisão de Pedro Grigori
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