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Indígenas na Amazônia boliviana são afetados por incêndios florestais

"A flora e a fauna estão completamente queimadas, só se vê monte queimado", disse o prefeito do povoado de Rurrenabaque

Voluntários e bombeiros combatem os incêndios que saíram do controle durante as queimadas de florestas e pastagens para fins agrícolas em Rurrunabaque, na Bolívia -  (crédito: CRISTIAN CASTRO / AFP)
Voluntários e bombeiros combatem os incêndios que saíram do controle durante as queimadas de florestas e pastagens para fins agrícolas em Rurrunabaque, na Bolívia - (crédito: CRISTIAN CASTRO / AFP)
postado em 14/11/2023 13:56 / atualizado em 14/11/2023 13:56

Pequenas comunidades indígenas próximas de uma reserva natural ao norte do departamento de La Paz, na Bolívia, foram alcançadas pelo fogo dos incêndios florestais e os animais estão fugindo das chamas, informou o prefeito do povoado de Rurrenabaque, Elías Moreno, nesta segunda-feira (13/11).

"A flora e a fauna estão completamente queimadas, só se vê monte queimado, pegamos alguns macaquinhos e [vemos] os animaizinhos indo de um lugar para o outro, é um desastre", afirmou Moreno à AFP.

Ele lamentou que "não há água, não chove há quatro meses", e identificou como afetadas oito comunidades de nativos, próximas de Rurrenabaque e do Parque Nacional Madidi na Amazônia boliviana.

Os incêndios também são visíveis em San Buenaventura, um povoado vizinho e porta de entrada para a reserva natural de Madidi, que tem quase 19.000 km².

A emissora privada Unitel veiculou imagens do povoado de Buena Vista, onde o fogo está queimando casas de moradores.

Gonzalo Oliver, dirigente dos indígenas do Norte de La Paz, apontou a comunidade nativa de Tacana como uma das mais afetadas. "Perdemos de quatro a cinco casas na comunidade Tacana de Buena Vista", afirmou.

Os Tacana são cerca de 18.000 habitantes indígenas que vivem espalhados entre os departamentos de La Paz e Beni (nordeste).

No povoado de Villa Aroma, próximo a Rurrenabaque, é possível observar animais fugindo dos incêndios que são provocados para ampliar a fronteira agrícola.

Enquanto grupos de brigadistas lutam para apagar as chamas com pequenas bombas d'água portáteis, uma paca tenta fugir desorientada dos incêndios.

O vice-ministro de Defesa Civil, Juan Carlos Calvimontes, disse em entrevista coletiva que "não são incêndios de magnitude, não são incêndios descontrolados, estão sendo combatidos".

O governo de Santa Cruz (leste) reportou que registrava 12 incêndios florestais ativos até esta segunda e pediu ao governo que acionasse "as Forças Armadas" para apoiar o trabalho dos brigadistas.

A cidade de Santa Cruz, a mais populosa e capital econômica da Bolívia, registra há semanas um céu nublado pela fumaça causada pelo fogo.

O último informe do governo assinala que, até o mês passado, foram queimados 2.012.252 hectares na Bolívia, 23% de floresta e o restante de pastagens e savanas, uma cifra que, segundo as autoridades, é inferior a registros passados.

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