Conflito

Gaza: ONU diz que ajuda humanitária terminará em 48 horas sem combustível

"As operações humanitárias em Gaza serão paralisadas nas próximas 48 horas, pois não se permite a entrada de combustível em Gaza", escreveu o diretor da UNRWA no território palestino

Refugiados palestinos se enfrentam para garantir os kits de alimentos da ajuda humanitária  -  (crédito: AFP)
Refugiados palestinos se enfrentam para garantir os kits de alimentos da ajuda humanitária - (crédito: AFP)
postado em 13/11/2023 15:08

A agência da ONU para os refugiados palestinos, UNRWA, alertou nesta segunda-feira (13/11) que suspenderá em 48 horas as operações de ajuda em Gaza devido à falta de combustível no território palestino, cercado e devastado pelos combates entre Israel e Hamas.

"As operações humanitárias em Gaza serão paralisadas nas próximas 48 horas, pois não se permite a entrada de combustível em Gaza", escreveu o diretor da UNRWA no território palestino, Thomas White, na rede social X.

"Esta manhã, dois dos nossos principais terceirizados de distribuição de água pararam de trabalhar – não têm mais combustível – o que deixará 200 mil pessoas sem água potável" no pequeno território, onde mais da metade dos 2,4 milhões de habitantes estão deslocados e são totalmente dependentes da ajuda humanitária para sobreviver, acrescentou.

A UNRWA informou também que uma das suas instalações em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, onde se refugiam 1,5 milhão de deslocados, sofreu "danos significativos" após "três ataques diretos (...) da Marinha israelense" no domingo. 

"Funcionários internacionais da ONU presentes em Rafah deixaram o edifício 90 minutos antes do ataque", disse a agência nesta segunda-feira, acrescentando que "nenhuma baixa foi registrada entre estes funcionários". 

A UNRWA lembra que forneceu a ambas as partes no conflito a localização exata de todas as suas infraestruturas. A localidade deste edifício foi fornecida duas vezes, a última na sexta-feira.

"Este ataque demonstra mais uma vez que não há lugar seguro em Gaza: nem o norte, nem o centro, nem o sul", insistiu a agência da ONU, enquanto o Exército de Israel ordena aos habitantes de Gaza que partam para o sul, que afirma ser mais seguro.

Em cinco semanas de ataques israelenses ao pequeno território palestino, a UNRWA registrou "mais de 60 casos de danos colaterais ou ataques diretos infligidos à sua infraestrutura, principalmente escolas que abrigam milhares de civis". 

A agência afirma que "pelo menos 66 deslocados morreram e centenas ficaram feridos" nestes bombardeios.

A UNRWA indica que 70% destas infraestruturas estavam no sul da Faixa de Gaza.

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