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Grupo de brasileiros em Gaza cruza fronteira com o Egito

Após o cruzamento da fronteira, o grupo embarca em um ônibus fretado pelo governo federal. Eles vão seguir viagem até um aeroporto designado pelo Egito

A aeronave VC2, da Presidência da República, aguarda o grupo para iniciar o décimo voo de repatriação de brasileiros desde o início da crise no Oriente Médio -  (crédito: Arquivo pessoal)
A aeronave VC2, da Presidência da República, aguarda o grupo para iniciar o décimo voo de repatriação de brasileiros desde o início da crise no Oriente Médio - (crédito: Arquivo pessoal)
postado em 12/11/2023 07:05 / atualizado em 12/11/2023 10:16

O grupo de brasileiros e familiares que estavam na Faixa de Gaza cruzou a fronteira com o Egito no início da manhã deste domingo (12/11). Após o cruzamento, o grupo embarca em um ônibus fretado pelo governo federal. Os brasileiros vão seguir viagem até um aeroporto designado pelo Egito. Duas das 34 pessoas que constavam na lista inicial desistiram da repatriação.

"O grupo de 32 brasileiros e familiares já se encontra em território egípcio, onde foi recebido por equipe da embaixada do Brasil no Cairo, responsável pela etapa final da operação de repatriação”, informou o Itamaraty. O governo montou uma operação de acolhimento para receber os brasileiros na capital federal.

Segundo o Palácio do Planalto, o grupo terá serviços de abrigo, documentação, e alimentação, além de apoio psicológico, cuidados médicos e imunização. Os brasileiros ficarão hospedados em Brasília por dois dias para depois seguirem para outros destinos em que têm familiares ou acolhimento.

“Alguns brasileiros já têm destino certo porque têm familiares aqui, então serão deslocados para esses locais. Uma parcela significativa, quase a metade do grupo, não tem onde ficar, mas o governo federal já disponibilizou, através do Ministério do Desenvolvimento Social, um local onde essas pessoas ficarão acolhidas. Vai ser no interior de São Paulo”, explicou Augusto de Arruda Botelho, secretário nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Não há um prazo estabelecido para o fornecimento de ajuda aos repatriados. "Estamos preparados para o tempo que for necessário, para que essas pessoas possam se integrar ao nosso país. Não há prazo limite fixado. Estamos prontos para recebê-los da melhor forma. Eles ficarão em um local com longa experiência de acolhimento de refugiados da forma mais completa, mais digna, sem prazo”, disse Botelho.

Enquanto aguardavam pelo resgate, os brasileiros estavam abrigados em residências alugadas pelo governo nas cidades de Khan Yunis e Rafah. Eles estavam recebendo recursos para alimentação, água potável, gás de cozinha e medicamentos. O grupo também teve acesso a atendimento médico e psicológico de forma online.

Negociações

Desde o início do conflito, em 7 de outubro, o Brasil vinha fazendo um esforço diplomático para repatriar o grupo. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, conversou quatro vezes com o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, para garantir a presença dos nomes dos brasileiros nas listas de saída de estrangeiros. Na sexta-feira (10/11), a fronteira de Gaza tinha sido fechada antes do grupo deixar a região.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também atuou diretamente nas negociações. Em mais de um mês conflito, o chefe do Executivo brasileiro conversou por telefone com líderes dos Emirados Árabes Unidos, de Israel, da Palestina, do Egito, da França, da Rússia, da Turquia, do Irã, do Catar e do Conselho Europeu.

Pelas redes sociais, Lula comemorou a notícia de que os brasileiros cruzaram a fronteira com o Egito. Segundo o presidente, o grupo vai desembarcar no Brasil em segurança. "Parabéns para o Itamaraty e a FAB pela dedicação e competência exemplares na Operação Voltando em Paz, que buscou e acolheu os brasileiros que vivem na região do conflito e desejavam retornar ao Brasi", disse Lula.

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