Ativista

Prêmio Nobel da Paz iraniana Narges Mohammadi encerra greve de fome

A ativista, que tem problemas cardíacos e necessitava de uma hospitalização urgente, se recusava a usar o véu para ser transferida

"Por sua luta contra a opressão das mulheres no Irã", a ativista venceu em outubro o Nobel da Paz -  (crédito: Fundação Narges Mohammadi/AFP)
"Por sua luta contra a opressão das mulheres no Irã", a ativista venceu em outubro o Nobel da Paz - (crédito: Fundação Narges Mohammadi/AFP)
Agência France-Presse
postado em 10/11/2023 16:05 / atualizado em 10/11/2023 16:05

A vencedora do prêmio Nobel da Paz 2023, a ativista iraniana Narges Mohammadi, encerrou a greve de fome na prisão após conseguir sua transferência ao hospital sem cobrir a cabeça com um véu, anunciou sua família nesta sexta-feira (10).

"Me transferiram na quarta-feira da prisão ao hospital sem o véu obrigatório", escreveu em uma mensagem em inglês em sua conta no Instagram, que sua família enviou à AFP.

Mohammadi, de 51 anos e conhecida por sua luta há mais de duas décadas contra a pena de morte e o véu obrigatório para as mulheres, iniciou uma greve de fome em 6 de novembro.

A ativista, que tem problemas cardíacos e necessitava de uma hospitalização urgente, se recusava a usar o véu para ser transferida. 

"Depois de ter sido hospitalizada sem cobrir-se e ter retornado à prisão, ela encerrou a greve de fome", acrescenta a nota.

Amigos e familiares que a esperavam na entrada do hospital foram detidos brevemente e interrogados e suas câmeras fotográficas foram confiscadas.

"O governo temia que eu fosse vista sem o véu", segundo Mohammadi, que expressou sua disposição a seguir caminhando com a cabeça descoberta "até a abolição do hijab".

A também jornalista está detida desde 2021 na prisão de Evin, em Teerã, mas já havia sido presa antes e condenada em várias ocasiões.

"Por sua luta contra a opressão das mulheres no Irã", a ativista venceu em outubro o Nobel da Paz.

A premiação veio após um movimento de protesto pela morte há um ano de Mahsa Amini, sob custódia policial, detida por supostamente violar o estrito código de vestimenta imposto às mulheres no país.

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