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ONU pede por cessar-fogo em Gaza para evitar "calamidade maior"

Agência da ONU para refugiados da Palestina teme que o conflito entre Israel e o grupo radical Hamas se espalhe pelo Oriente Médio

Socorristas palestinos procuram sobreviventes enquanto outros observam um escavador remover blocos de concreto após um ataque israelense a Rafah, no sul da Faixa de Gaza       -  (crédito: SAID KHATIB / AFP)
Socorristas palestinos procuram sobreviventes enquanto outros observam um escavador remover blocos de concreto após um ataque israelense a Rafah, no sul da Faixa de Gaza - (crédito: SAID KHATIB / AFP)
postado em 10/11/2023 14:41

O Comissário-Geral da Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras para os Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA), Philippe Lazzarini, pediu, na quinta-feira (9/11), por um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza para evitar uma "calamidade ainda maior". A Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) teme que o conflito entre Israel e o grupo radical Hamas se espalhe pelo Oriente Médio.

Em artigo publicado no jornal norte-americano Washington Post, Philippe relatou a visita a um abrigo na cidade de Rafah, na fronteira com o Egito. Segundo ele, em 30 anos de trabalho em zonas de conflito, o encontro com as crianças palestinas foi "um dos mais tristes da carreira". Além dos bombardeios, a população de Gaza vive escassez de insumos e serviços básicos, como água, alimentos, remédios e energia elétrica.

O chefe da agência da ONU lembrou que das mais de 10 mil mortes em Gaza, cerca de 4 mil foram de crianças. "Este número de um mês é superior ao número de crianças mortas em todos os conflitos em todo o mundo desde 2019", afirmou Philippe, citando um levantamento realizado pela organização Save the Children Fund, no final de outubro. O balanço sobre mortes em território palestino é divulgado pelo Ministério de Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas. Em Israel, mais de 1,4 mil pessoas morreram.

Ainda segundo o comissário da UNRWA, os mercados de Gaza estão vazios e a quantidade de caminhões que transportam ajuda humanitária ainda é insuficiente. Philippe também lembrou que mais de 700 mil pessoas foram forçadas a se deslocarem desde o início do conflito, em 7 de outubro, e estão em abrigos superlotados.

"A punição coletiva aplicada aos civis em Gaza está sendo alargada à Cisjordânia, onde as pessoas foram forçadas a abandonar as suas terras, ou pior , por nenhuma outra razão a não ser o fato de serem palestinianas. Isto corre o risco de alargar a guerra e de incendiar todo o Médio Oriente", destacou.

"O atual rumo escolhido pelas autoridades israelenses não trará a paz e a estabilidade que tanto os israelenses como os palestinos desejam e merecem. Destruir bairros inteiros não é uma resposta para os crimes flagrantes cometidos pelo Hamas. Pelo contrário, está a criar uma nova geração de palestinos lesados que provavelmente continuarão o ciclo de violência. O massacre simplesmente precisa parar", acrescentou o chefe da agência da ONU para refugiados. 

Na quinta-feira (9/11), Israel anunciou que vai aceitar pausas diárias de quatro horas nos ataques no Norte da Faixa de Gaza, para que os civis fujam e procurem abrigo no Sul. No entanto, a possibilidade de um cessar-fogo tem sido negada pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu. Para ele, suspender o combate contra o Hamas significa "rendição".

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