Bélgica

Cate Blanchett denuncia 'perigosos mitos' sobre refugiados a eurodeputados

Blanchett pediu aos eurodeputados que "garantam que as políticas da União Europeia se concentrem em proteção, não em reforçar as fronteiras"

A atriz australiana e Embaixadora da Boa Vontade do ACNUR, Cate Blanchett, participa de uma sessão plenária no Parlamento Europeu -  (crédito: John THYS / AFP)
A atriz australiana e Embaixadora da Boa Vontade do ACNUR, Cate Blanchett, participa de uma sessão plenária no Parlamento Europeu - (crédito: John THYS / AFP)
postado em 08/11/2023 18:08

A atriz australiana Cate Blanchett, embaixadora da Boa Vontade da Agência da ONU para Refugiados (Acnur), instou, nesta quarta-feira (8), os eurodeputados a se oporem aos "perigosos mitos" que alimentam o "medo" e as políticas anti-imigração.

Sob aplausos, Blanchett iniciou seu discurso falando sobre o conflito entre Israel e o Hamas, reiterando o apelo da Acnur a um "cessar-fogo humanitário imediato e à libertação imediata de todos os civis mantidos como reféns".

"O conflito custou e continua custando milhares de vidas inocentes", acrescentou, no Parlamento Europeu, em Bruxelas.

Ela lembrou, então, que guerras, desastres naturais e crises políticas levaram ao deslocamento de 114 milhões de pessoas em todo o mundo, observando que a maioria delas busca refúgio em países vizinhos.

"Insto a cada um de vocês a se opor firmemente aos perigosos mitos, amplamente difundidos e que alimentam muito o medo e a hostilidade, de que todos os refugiados vão para a Europa", declarou.

Sobre aqueles que tentam atravessar o Mediterrâneo colocando suas vidas em risco, a atriz argumentou que "ninguém coloca seus filhos em um barco se a água não for mais segura do que a terra", e acrescentou que "muros, cercas e deportações não são uma solução".

Blanchett pediu aos eurodeputados que "garantam que as políticas da União Europeia se concentrem em proteção, não em reforçar as fronteiras", e alertou sobre as necessidades financeiras das agências humanitárias.

"Enquanto o número de pessoas forçadas a fugir de suas casas aumenta, em geral o financiamento diminui", destacou, apontando que a Acnur precisa urgentemente de 600 milhões de dólares (2,94 bilhões de reais) até o final do ano.

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