INVESTIGAÇÃO

O que se sabe sobre prisão de dois suspeitos de integrar o Hezbollah e planejar ataques no Brasil

Além das duas prisões, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão expedidos nos Estados de Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal.

Movimento islâmico tem base no Líbano e é apoiado pelo Irã -  (crédito: EPA)
Movimento islâmico tem base no Líbano e é apoiado pelo Irã - (crédito: EPA)
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postado em 08/11/2023 13:41 / atualizado em 08/11/2023 16:18

A Polícia Federal (PF) anunciou que prendeu em São Paulo nesta quarta-feira (8/11) duas pessoas que teriam ligações com o grupo libanês Hezbollah. Os nomes dos detidos não foram informados.

Assim como o palestino Hamas, o grupo do Líbano prega a destruição do Estado de Israel.

Por meio de nota, a PF informou que a operação, batizada de Trapiche, tem o "objetivo de interromper atos preparatórios de terrorismo e obter provas de possível recrutamento de brasileiros para a prática de atos extremistas no país".

Um policial ouvido pela reportagem reforçou que os suspeitos são financiados pelo Hezbollah e planejavam fazer ataques contra a comunidade judaica no Brasil. Um deles foi preso no aeroporto de Guarulhos, quando chegava do Líbano.

Além das duas prisões, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão expedidos pela Subseção Judiciária de Belo Horizonte, nos Estados de Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal.

Os detidos devem responder pelos crimes de constituir ou integrar uma organização terrorista e de realizar atos preparatórios de terrorismo. De acordo com a PF, se somadas, as penas máximas desses crimes chegam a 15 anos e 6 meses de prisão.

Durante a operação foram realizados sete mandados de busca e apreensão em Minas Gerais, três no Distrito Federal e outro em São Paulo.

Os crimes previstos na Lei de Terrorismo são inafiançáveis e a pena deve ser cumprida inicialmente em regime fechado.

O que é o Hezbollah?

O Hezbollah — cujo nome significa "partido de Deus" — é um partido político islâmico xiita que tem um braço paramilitar apoiado pelo Irã e exerce grande poder no Líbano.

Desde 1992, é liderado por Hassan Nasrallah e tornou-se a força militar mais poderosa da nação árabe.

O grupo também ganhou gradualmente influência no sistema político do Líbano e tem poder de veto no Executivo do país.

O Hezbollah é considerado por alguns libaneses como uma ameaça à estabilidade do país, mas continua popular entre a comunidade xiita libanesa que representa.

Apesar de o Hezbollah defender uma corrente do Islã diferente da do Hamas, sendo o primeiro xiita e o segundo, sunita, os dois grupos convergem quanto ao desejo de destruir Israel.

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