Um homem judeu morreu devido a um traumatismo craniano após um desentendimento durante uma manifestação pró-Palestina na Califórnia, informou a polícia nesta terça-feira (7). O caso está sendo investigado como homicídio.
A vítima foi identificada como Paul Kessler, de 69 anos, que morreu na madrugada de segunda-feira em um hospital para o qual foi levado após o confronto em um protesto na cidade de Thousand Oaks, disse o xerife do condado de Ventura, Jim Fryhoff, encarregado da investigação.
As autoridades não descartam a possibilidade de crime de ódio, mas Fryhoff explicou que não está claro se a vítima foi agredida antes de cair ou não.
Um suspeito de 50 anos, que estava no local "defendendo a Palestina" e admitiu "estar envolvido no confronto com Kessler", foi detido brevemente para interrogatório na segunda-feira enquanto estava em um semáforo.
Vários vídeos desse confronto no sul da Califórnia viralizaram nas redes sociais.
Fryhoff forneceu detalhes do incidente, mas apesar das imagens, ele disse que "não está muito claro" o que aconteceu.
Na tarde de domingo, seu escritório recebeu várias chamadas relatando um possível ataque em um cruzamento onde uma manifestação em apoio à causa palestina estava marcada.
No local, os policiais encontraram cerca de 100 pessoas, algumas a favor de Israel e outras a favor da causa palestina. Kessler estava "consciente e responsivo".
"O sargento observou que ele estava sangrando na cabeça e na boca", disse Fryhoff, acrescentando que Kessler permaneceu consciente durante o transporte para o hospital.
"Uma tomografia computadorizada mostrou lesões intracranianas, incluindo inflamação no cérebro e hemorragia ao redor do cérebro", disse o médico legista do condado de Ventura, Chris Young.
- Líder da Palestina no Brasil sobre guerra: "1º genocídio televisionado"
- Presidente de Portugal é suspeito de facilitar tratamento de R$ 22 mi a brasileiras
Young explicou que a condição de Kessler piorou e ele morreu na madrugada do dia seguinte.
O médico legista enfatizou que a autópsia revelou ferimentos não letais no lado esquerdo do rosto que "poderiam ser consistentes com um golpe", mas esclareceu que isso é algo para os investigadores determinarem.
"Houve claramente uma interação entre os dois. Mas qual foi o nível dessa interação ainda não está claro", disse Fryhoff.
O confronto ocorreu quase um mês após o ataque do movimento islamista palestino Hamas a Israel, que deixou 1.400 mortos, a maioria civis. Em resposta, Israel bombardeou a Faixa de Gaza, causando mais de 10.000 mortes, também em sua maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.
Dezenas de protestos têm ocorrido nos Estados Unidos, com líderes políticos evocando temores de uma campanha antissemita.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br