A Human Rights Watch, entidade internacional de direitos humanos, defendeu, na segunda-feira (6/11), que países devem suspender o fornecimento de ajuda militar a Israel e ao grupo extremista Hamas, pois eles podem se tornar "cúmplices de crimes de guerra". Em um mês de conflito, mais de 10 mil pessoas já morreram na Faixa de Gaza e 1,4 mil no território israelense.
Segundo a entidade, ao matar centenas de civis em Israel no dia 7 de outubro e colocar mais de 200 pessoas em condição de reféns, o grupo Hamas cometeu "graves abusos" e violou o direito internacional. Além disso, a Human Rights Watch também avalia que Israel comete violações ao estabelecer uma punição coletiva à população de Gaza com o corte de serviços essenciais e ao bombardear estruturas civis e vitimar milhares de pessoas.
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"Os principais aliados de Israel — os Estados Unidos, o Reino Unido, o Canadá e a Alemanha — deveriam suspender a assistência militar e a venda de armas a Israel enquanto as suas forças cometessem abusos graves e generalizados, equivalentes a crimes de guerra contra civis palestinos, com impunidade. O Irã e outros governos deveriam parar de fornecer armas aos grupos armados palestinos, incluindo o Hamas e a Jihad Islâmica", defende a ONG.
A entidade também elenca a ordem israelense de evacuação de 1 milhão de pessoas do norte para o sul de Gaza como uma grave violação do direito internacional humanitário. "Alertas generalizados, em vez de alertas específicos sobre ataques iminentes, sugerem que todo o norte de Gaza está sujeito a ataques militares. Esta ordem corre o risco de deslocamento forçado em massa, um crime de guerra. Israel também selou as suas passagens fronteiriças a qualquer pessoa que tentasse fugir", explicou.
Segundo a Human Rights Watch, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, solicitou US$ 14,3 bilhões para mais armas para Israel, além dos US$ 3,8 bilhões em ajuda militar que recebe anualmente. Além disso, o Reino Unido licenciou a venda de armas no valor de 442 milhões de libras esterlinas às forças israelenses desde 2015, ajuda que inclui aeronaves, bombas e munições.
Já o Irã, principal financiador do Hamas, teria doado US$ 70 milhões em assistência militar ao grupo extremista. O período de fornecimento dessa ajuda não foi especificado publicamente pelo Hamas.
“Quantas mais vidas civis terão de ser perdidas, quanto mais terão os civis de sofrer como resultado de crimes de guerra antes que os países que fornecem armas a Israel e aos grupos armados palestinos desliguem a tomada e evitem a cumplicidade nestas atrocidades?”, ressaltou Bruno Stagno, diretor de defesa da Human Rights Watch, em comunicado.
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