A explosão em uma mina do grupo ArcelorMittal no Cazaquistão matou 46 trabalhadores, anunciaram as autoridades nesta terça-feira (31/10), depois que localizaram o corpo da última vítima do pior acidente industrial registrado no país desde a independência da URSS.
"Os corpos de 45 trabalhadores e os restos mortais da provável 46ª vítima foram encontrados", declarou o ministro cazaque de Situações de Emergência, Syrym Charipkhanov.
A explosão de gás grisu aconteceu na mina Kostenko, na cidade de Karaganda, na madrugada de sexta-feira para sábado e afetou uma superfície de dois quilômetros.
No momento do acidente, 252 trabalhadores estavam na mina e 206 conseguiram deixar o local.
Depois da explosão, o governo anunciou um acordo com a ArcelorMittal para nacionalizar a filial cazaque do grupo siderúrgico, acusado frequentemente de violar as normas de segurança e ambientais no país da Ásia Central.
"A empresa não cumpriu com suas obrigações", denunciou o primeiro-ministro Alikhan Smailov.
"A tragédia está diretamente vinculada às violações de segurança industrial", acrescentou. Os sindicatos, no entanto, também desejam um controle mais severo do governo.
Desde a queda da União Soviética em 1991, quase 200 trabalhadores do setor de mineração morreram no Cazaquistão, a maioria em instalações da ArcelorMittal, que passou a atuar no país em 1995 e administrava 15 fábricas e minas.