Em um veredito sem precedentes no Reino Unido, uma mulher britânica de 39 anos foi considerada culpada por um tribunal em Londres, nesta quinta-feira (26), por submeter uma menina de três anos à mutilação genital durante uma viagem ao Quênia.
Segundo o júri, Amina Noor contribuiu para que a criança fosse vítima da mutilação genital feminina (MGF) há 17 anos, em 2006, quando levou-a em uma "clínica" no Quênia, onde uma mulher realizou a mutilação.
A condenada conseguiu liberdade sob fiança e sua sentença será divulgada em 20 de dezembro.
Amina Noor é a primeira cidadã britânica considerada culpada por ajudar a realizar a circuncisão feminina no exterior, com base em uma lei de mutilação genital de 2003 que acarreta uma pena máxima de 14 anos de prisão.
"Estou muito satisfeita por termos obtido uma condenação neste caso", disse a procuradora-geral Patricia Strobino à agência britânica PA.
A vítima, uma britânica atualmente com 21 anos, denunciou o ocorrido aos 16 anos para sua então professora de inglês.
Com cidadania britânica desde os 16 anos, Amina Noor nasceu na Somália e depois, aos oito anos, foi morar no Quênia, devido à guerra civil em seu país de origem.
Antes de Noor, uma ugandense residente em Londres havia sido condenada a onze anos de prisão, em 2019, por ela mesma ter realizado a mutilação em uma menina de três anos.
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