Obituário

Morre, em Portugal, o jornalista Sandro Rego, aos 50 anos

Nos últimos cinco anos, o jornalista morou em Braga, Norte de Portugal, de onde continuou trabalhado para o Brasil na área de sustentabilidade, uma de suas paixões

Lisboa — O jornalista Sandro Rego jamais mudava o tom de voz, mesmo nos momentos mais tensos. Sua serenidade para lidar com o estresse do dia a dia era um suporte extraordinário para aqueles que estavam a sua volta. Perspicaz, tinha uma habilidade impressionante para encontrar uma saída para crises e, ao mesmo tempo, levar a gargalhadas com suas tiradas inteligentes e bem-humoradas. Sua maior marca, porém, sempre foi o caráter sólido, o respeito no trato pessoal, característica rara nos dias de hoje.

Sandro morreu nesta segunda-feira (23/10), aos 50 anos, em decorrência de um câncer. Deixa a mulher, Polyana, e a filha, Lara. Nos últimos cinco anos, o jornalista morou em Braga, Norte de Portugal, de onde continuou trabalhado para o Brasil na área de sustentabilidade, uma de suas paixões. Morar no país de seus familiares era um sonho que ele acalentou por anos. Nesse período, seu jeito acolhedor agregou muitos brasileiros que, como ele, optaram por viver do outro lado do Atlântico.

“Meu pai nos deixou tranquilo, sereno, cercado de todo o nosso amor e de uma corrente gigantesca de orações. Agora, ele descansa aliviado, escreveu a filha de Sandro, Lara, em uma mensagem de despedida. “Sandro foi muitos em um só. Foi um pai, um irmão, um marido, um amigo, um mentor, um conselheiro, um guru, um parceiro como poucos podem (e sabem) ser. Só quem o conheceu percebeu o tamanho do seu coração, da sua sabedoria e da sua inteligência”, acrescentou.

Na mesma mensagem, Lara disse que, nos últimos cinco anos, o pai viveu intensamente, realizou muitos sonhos e vontades próprias. “E ele seguirá nos ensinando, assim como também viverá para sempre em nossos corações”, afirmou. “Um desses sonhos era o de morar em Portugal e ser Tuga de fato. E ele pôde realizar em vida e foi muito feliz”, enfatizou, lembrando que o pai obteve a cidadania portuguesa. Amiga de longa data, a jornalista Sônia Araripe destacou a disponibilidade de Sandro para estar sempre com os amigos e ouvi-los. “Sandro era mais do que um amigo, era um irmão, parceiro de todas as horas”, ressaltou.

Sandro começou a carreira como repórter do jornal Diário do Vale em 1994. De lá, seguiu para a área de comunicação social da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), onde sacramentou uma carreira no mundo corporativo. Anos depois, comandou a diretoria de Comunicação do Boticario. Passou, também, pelo Banco Safra antes de se mudar para Portugal.

O corpo de Sandro será cremado nesta quarta-feira (25/10), após uma cerimônia de despedida de familiares e amigos. Como era desejo dele, as cinzas serão jogadas no Rio Douro. Minha família e eu agradecemos por todas as orações e energias positivas nesse momento difícil”, disse Lara.

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