Repatriação

Brasileiros em Gaza terão abrigo e alimentação quando chegarem ao Brasil

Cerca de 30 brasileiros aguardam a abertura da fronteira de Gaza com o Egito para serem repatriados, mas alguns teriam começado a desistir de vir por não terem família no país. Plano de acolhida ainda está sendo elaborado

O governo brasileiro está preparando um plano de acolhida para os brasileiros que estão na Faixa de Gaza e em Israel e que não têm onde ficar no Brasil, quando forem repatriados. No momento, cerca de 30 brasileiros aguardam em Rafah, no sul de Gaza, para atravessar a fronteira e voltar ao Brasil pelo Egito. Além disso, 1135 brasileiros já voltaram de Israel em seis voos da Força Aérea Brasileira (FAB).

No entanto, pelo menos dois brasileiros que estão em Gaza teriam desistido de voltar ao Brasil pois não têm onde ficar no país. Em nota, o Itamaraty disse que um plano de acolhida está sendo estudado. O plano é liderado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, que informou que os brasileiros terão acesso a abrigo, documentação e alimentação, além de apoio psicológico, cuidados médicos e imunização.

A ação será integrada também com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania e o Ministério da Saúde.

Os brasileiros estão abrigados na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. No entanto, a passagem ainda não foi aberta para que eles possam deixar Gaza. O avião da Presidência da República que irá trazer eles para o Brasil já está em Cairo onde aguarda a chegada dos brasileiros.

Na quarta-feira (18/10), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que ainda não há perspectiva de autorização para que os brasileiros deixem a Faixa de Gaza. Segundo ele, cerca de 5 mil civis de diferentes nacionalidades aguardam na região a abertura da fronteira.  O Egito teme ter que lidar com uma onda de refugiados vindos de Gaza. O país já abriga cerca de 290 mil deslocados forçados. 

Mais de meio milhão de pessoas estão em abrigos superlotados da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA), especialmente no sul de Gaza. Segundo a agência, alguns já teriam começado a voltar para casa, no norte de Gaza, região mais atingida pelos bombardeios. De acordo com o Organização das Nações Unidas (ONU), um palestino teria dito que "é melhor morrer na minha própria casa”. 

A entrada da ajuda humanitária na região estava prevista para esta sexta-feira (20/10), mas foi adiada para sábado (21/10) ou domingo (22/10). Cerca de 100 caminhões com mantimentos básicos aguardam na fronteira, entre eles itens enviados pelo Brasil.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, 3.785 pessoas foram mortas desde 7 de Outubro e outras 12.493 ficaram feridas, incluindo 3.983 crianças e 3.300 mulheres. Já em Israel, são pelo menos 1.300, com pelo menos 4.562 feridos. 

 

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