GUERRA ISRAEL-HAMAS

Sem suprimentos, médicos usam vinagre para tratar feridas de civis em Gaza

Com falta de suprimentos, médicos precisaram adotar medidas extremas para tratar feridos — que somam mais de 13 mil em toda Faixa de Gaza

Médicos de um hospital no sul da Faixa de Gaza, em Khan Younis, está em contagem regressiva do término total dos suprimentos para tratar as centenas de feridos nos bombardeios das forças israelenses, desde o ataque do grupo radical Hamas em 7 de outubro.

De acordo com o repórter Hani Abu Ishera, da Al Jazeera, que está na cidade, o hospital Nasser opera com 10 vezes menos do que a capacidade pela falta de suprimentos. O cenário faz com que médicos busquem formas paliativas para tratar os feridos.

Em um caso, os profissionais de saúde foram a um mercado local comprar vinagre para tratar as feridas dos pacientes.

O fim iminente de combustível também dificulta a operação e o uso de equipamentos essenciais para salvar a vida das pessoas.

Segundo o Al Jazeera, em Gaza, o número de mortos no conflito subiu para 4.137 — desses, 1.524 são crianças, 1 mil mulheres e 11 jornalistas. Há outras 13 mil vítimas que ficaram feridas e aguardam atendimento médico.

Os números foram atualizados nesta quinta-feira (20/10) pela Al Jazeera com os Ministério da Saúde de Gaza, o Exército de Israel e a ONG Palestine Red. Em Israel, o número de mortos é de 1.403 pessoas, em decorrência do ataque do Hamas em 7 de outubro. Outros 4.629 ficaram feridos.

Entrada de ajuda humanitária em Gaza foi adiada para sábado, diz ONU

Prevista pela Casa Branca para ocorrer nesta sexta-feira (20/10), a entrada de cerca de 100 caminhões com mantimentos básicos em Gaza deve ocorrer apenas no sábado (21/10) ou no domingo (22/10). A informação é do subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths.

"Nós estamos em negociações profundas e avançadas com todas as partes relevantes para garantir que uma operação de ajuda em Gaza comece o mais rápido possível... a primeira entrega deve começar amanhã ou depois", disse Griffithsnesta sexta-feira.

O adiamento tensiona ainda mais o cenário de caos que atinge, na maioria, civis palestinos que estão nos locais, que sofrem bombardeios rotineiros de Israel, após o início da guerra com o ataque do grupo radical Hamas em território israelense em 7 de outubro.

A entrada de ajuda humanitária foi permitida por Israel após a viagem de Joe Biden, presidente dos EUA, ao país. O governo estadunidense fechou um acordo com o presidente egípcio, Abdel Fatah al Sissi, para fornecer suprimentos à Gaza por meio do território do Egito — Israel não permitiu que a ajuda viesse das terras israelenses.

"À luz do pedido do presidente Biden, Israel não impedirá assistência humanitária do Egito, desde que seja apenas comida, água e medicamentos para a população civil localizada no sul da Faixa de Gaza ou que esteja se deslocando para lá, e desde que esses suprimentos não alcancem o Hamas", afirmou, por meio de um comunicado à imprensa, o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

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