A Faixa de Gaza, alvo de constantes bombardeios israelenses, pode ter um surto de doenças infecciosas por causa da dificuldade em armanezar corpos em necrotérios. O alerta foi dado na quarta-feira (18/10), pela Human Rights Watch, entidade internacional de direitos humanos. Além dos ataques aéreos, a região vivencia corte de serviços essenciais, como água, energia elétrica, alimentos e medicamentos — o que agrava a crise humanitária.
"Autoridades de saúde pública disseram que a falta de água, a contaminação de áreas por esgotos e muitos corpos que não podem ser armazenados com segurança em necrotérios podem desencadear um surto de doenças infecciosas", diz o comunicado.
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Organizações e autoridades internacionais pedem que Israel coloque um fim no cerco imposto à Gaza, além da abertura de corredores humanitários e um cessar-fogo imediato para que seja possível viabilizar a chegada de ajuda humanitária e resgate da população das zonas de conflito. Desde 7 de outubro, quando o Hamas atacou Israel, mais de 5 mil pessoas morreram, sendo 1,4 mil em território israelense e 3,7 em Gaza. A maioria das vítimas são civis.
Segundo o Escritório Central de Estatísticas Palestino, 47% da população de Gaza é composta por jovens de até 17 anos. Além disso, autoridades da Palestina estimam que cerca de um terço das vítimas do conflito entre Israel e Hamas são crianças. “O bombardeamento de Israel e o bloqueio total ilegal de Gaza significam que inúmeras crianças feridas e doentes, entre muitos outros civis, morrerão por falta de cuidados médicos”, afirmou Bill Van Esveld, diretor associado dos direitos da criança da Human Rights Watch.
Centenas de corpos entre os escombros
O Escritório Humanitário da Organização das Nações Unidas afirmou, nesta quinta-feira (19/10), que além dos 3,7 mil palestinos mortos desde 7 de outubro, centenas de outras vítimas podem estar presas entre os escombros causados por bombardeios. Aproximadamente 100 mil unidades residenciais já foram atingidas em Gaza.
"O número de deslocados internos em Gaza é estimado em cerca de um milhão, incluindo mais de 353 mil pessoas que permanecem em escolas da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente, só no centro e no sul de Gaza, em condições cada vez mais terríveis", informa a ONU.
"Mas simplesmente não há nenhum lugar para os civis escaparem da destruição e da privação, que aumentam a cada hora, à medida que os mísseis continuam a voar e os suprimentos essenciais, incluindo combustível, alimentos, artigos médicos e água, escasseiam", acrescenta.
Palestinos aguardam a chegada de ajuda humanitária que estava bloqueada na passagem de Rafah, na fronteira com o Egito. Na quarta-feira (18/10), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, viajou a Israel e anunciou um acordo com o presidente egípcio, Abdel Fatah al Sisi, para a liberação de auxílio.
Além dos mortos, mais de 12 mil pessoas ficaram feridas com os bombardeios na região que abriga 2,4 milhões de habitantes. Em Israel, 1,4 mil pessoas morreram.
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