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Gaza contabiliza 11 mortes por hora e falta sacos para cadáveres, diz ONU

Com a suspensão de serviços essenciais feita por Israel, a região corre risco da falta de água e colapso do sistema de saúde pelo corte de energia elétrica

A Agência das Nações Unidas de Assistência e Trabalho para Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA) alertou, nesta segunda-feira (16/10), que a Faixa de Gaza contabiliza uma média de 11 mortos por hora. A região é alvo de constantes bombardeios israelenses e está em uma iminente ofensiva terrestre. Desde 7 de outubro, quando o grupo extremista Hamas atacou Israel, mais de 4 mil pessoas morreram, sendo 2.750 em Gaza e 1.400 em território israelense. 

A intensificação dos ataques em Gaza causam preocupação porque a área é densamente povoada. Em 40 quilômetros de comprimento e 10 quilômetros de largura, o local abriga 2,3 milhões de pessoas. "O número de mortos está aumentando. Não há sacos para cadáveres suficientes para os mortos em Gaza", afirmou a agência da ONU.

Segundo a UNRWA, mais de um milhão de palestinos foram obrigados a deixar suas casas. Com a suspensão de serviços essenciais feita por Israel, a região corre risco da falta de água e colapso do sistema de saúde pelo corte de energia elétrica. A ONU descreve a situação em Gaza como uma "catástrofe humanitária inédita".

"As pessoas em Gaza têm acesso severamente limitado à água potável. Como último recurso, elas estão consumindo água salobra proveniente de poços agrícolas, o que suscita sérias preocupações quanto à propagação de doenças transmitidas pela água. Pelo quinto dia consecutivo, Gaza ficou sem eletricidade, levando serviços vitais, incluindo saúde, água e saneamento, à beira do colapso, e agravando a insegurança alimentar", ressaltou a agência.

A UNRWA também tem alertado que os bombardeios israelenses na Faixa de Gaza continuam por via aérea, marítima e terrestre. Os ataques mataram cerca de 14 funcionários da agência e afetaram 23 instalações de apoio humanitário. Os números, no entanto, podem ser maiores. 

Com o expressivo deslocamento forçado dos palestinos, a agência da ONU destacou que não tem conseguido prestar a ajuda necessária, com espaço nos abrigos, comida, água ou apoio psicológico, por causa da sobrecarga das necessidades e impacto nas estruturas de acolhimento. "A UNRWA continua a defender que o direito humanitário internacional e a proteção dos civis sejam respeitados", frisa.

Corredor humanitário

Para viabilizar a saída das pessoas que estão em zonas de perigo, o Papa Francisco tem defendido a abertura de um corredor humanitário na Faixa de Gaza. "O direito humanitário tem ser respeitado, sobretudo, em Gaza, onde é urgente e necessário garantir corredores humanitários e socorrer a população. Peço, veementemente, que as crianças, os doentes, os idosos, as mulheres e todos os civis não sejam vítimas deste conflito", declarou o pontífice.

A medida também é defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O chefe do Executivo brasileiro vem negociando pessoalmente a abertura da fronteira do Egito para resgatar 32 brasileiros.

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