conflito Israel-Hamas

Brasileiro em Gaza relata desespero na região: 'Comida para poucos dias'

Israel fez um cerco total e cortou o fornecimento de água, eletricidade e alimentos para a Faixa de Gaza, onde vivem 2,3 milhões de palestinos

O brasileiro-palestino Hasan Said Rabee está na Faixa de Gaza com a família e afirmou que a situação é de tensão e desespero na região após Israel cortar o fornecimento de água, eletricidade e alimentos. Em entrevista à Folha de S.Paulo, ele disse que os bombardeios israelenses são constantes e que não há possibilidade de sair de Gaza, porque o local está cercado. Hasan nasceu na Palestina, mas vive em São Paulo e viajou há dez dias com a mulher e duas filhas para visitar familiares. 

"Temos comida para poucos dias. Quero muito sair daqui e voltar para minha casa em São Paulo. Mais um bombardeio aqui, perto do hospital. Infelizmente, os bombardeios não param um segundo. Muito triste, muito triste", disse Hasan. 

https://www.correiobraziliense.com.br/webstories/flipar/2023/10/5133447-relato-de-pai-de-brasileiras-na-faixa-de-gaza-comove-internautas.html

Uma parte dos brasileiros que estão na Faixa de Gaza e que pediram ajuda ao governo federal para deixar a região está abrigada em uma escola. De acordo com o Itamaraty, a medida é para evitar que o grupo seja vitima de bombardeios. O resgate dessas pessoas é considerado um desafio, pois além dos ataques aéreos, a falta de energia elétrica pode fazer com que os brasileiros fiquem sem bateria no celular, o que impossibilitaria a comunicação com eles. 

A ideia é retirar esses brasileiros pela cidade de Rafah, que faz fronteira com o Egito. A passagem, no entanto, tem sido alvo de bombardeios de Israel. O Brasil ainda não conseguiu autorização do Egito para fazer o resgate. O ministro Mauro Vieira telefonou para o chanceler egípcio, Sameh Shoukry, que prometeu ajuda.

De acordo com embaixador Alessandro Candeas, representante do Brasil junto à Palestina, 28 brasileiros aguardam serem retirados da Faixa de Gaza. Dessas, 15 são crianças. O plano é remover eles em dois ônibus que vão ser identificados com a bandeira do Brasil para evitar que sejam alvos de ataques.

Colaborou Thays Martins*

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