O ex-presidente Donald Trump é o favorito entre os republicanos para disputar a Casa Branca contra Joe Biden, em 2024. Mas alguns deputados do partido querem vê-lo de volta ao poder antes disso, como presidente da Câmara. O cargo está vago desde terça-feira, 3, quando o também republicano Kevin McCarthy foi derrubado por um rebelião dos correligionários mais radicais.
A escolha do sucessor está prevista para a próxima semana e, enquanto os candidatos buscam apoio para assumir a liderança, um conhecido nome da política americana veio à tona. "Quando a Câmara voltar a se reunir, a primeira coisa vou fazer é indicar Donald Trump para a presidência da Casa Legislativa", anunciou o deputado Troy Nehls, republicano eleito pelo estado do Texas, rasgando elogios.
"Trump foi o melhor presidente que já vi na minha vida. Provou que colocou os Estados Unidos em primeiro lugar e vai fazer a Câmara grande de novo", disse em referência aos slogans trumpistas "American First" e "Make American Great Again".
Troy Nehls não está sozinho nessa. "O único candidato à presidência da Câmara que eu apoio neste momento é Donald Trump", endossou a deputada Marjorie Taylor Greene????, eleita pela Georgia. "Ele recebeu um número recorde de votos republicanos, mais do que qualquer outro candidato à presidência do partido. Podemos torná-lo líder da Câmara e, então elegê-lo presidente", concluiu a deputa em publicação no Twitter (agora X).
Deputado pela Flórida, Greg Steube é mais um que defende a indicação de Donald Trump para presidência da Câmara. Em entrevista à rede americana Fox News, ele declarou que só Trump seria capaz de unir o partido neste momento.
O presidente da Câmara historicamente é um deputado eleito pelos pares, mas a regra não está escrita na Constituição americana. E é por causa dessa brecha que alguns deputados tem ventilado Donald Trump como substituto de Kevin McCarthy. Pode não ser impossível, mas é improvável que isso aconteça. O próprio Trump já disse que não tem interesse no cargo, seu objetivo é voltar à Casa Branca no ano que vem.
O nome do ex-presidente já foi citado antes, em janeiro, quando a ala mais radical do partido submeteu Kevin McCarthy a primeira prova de fogo. No início do ano, quando a nova legislatura se reuniu depois da chamada eleição de meio de mandato com uma frágil maioria republicana, os mais rebeldes se recusaram a votar no líder do partido. Foram 15 rodadas para que McCarthy conseguisse os votos necessários.
O deputado teve que fazer uma série de concessões para que os mais radicais o apoiassem ou, pelo menos, se abstivessem na votação. Só assim, Kevin McCarthy conseguiu assumir o cargo que ocupou por nove meses até ser derrubado nesta terça-feira em mais uma rebelião republicana. Dessa vez, a revolta foi desencadeada pela aprovação da lei orçamentária, negociada em uma corrida contra o tempo para evitar a paralisação do governo.
A queda é inédita. Essa é a primeira vez que a Câmara dos Estados Unidos fica sem presidente e, até que um substituto seja eleito, todos os trabalhos da Casa Legislativa ficam paralisados. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)