Mais de 1.000 pessoas foram presas nesta terça-feira (3/10), no nordeste da Índia, durante a segunda fase de uma campanha do governo contra os casamentos infantis ilegais, informaram as autoridades.
Cerca de 4.000 pessoas já foram detidas no estado de Assam em fevereiro, incluindo pais de casais casados e aqueles que assinaram os compromissos matrimoniais de menores.
O responsável pela região, Himanta Biswa Sarma, anunciou que a polícia lançou uma segunda fase da campanha "em uma operação especial que começou na madrugada".
"O número de detidos certamente aumentará", escreveu ele na rede social X (antigo Twitter). "O número atual é de 1.039", completou.
Sarma fez campanha com um programa para erradicar completamente os casamentos infantis em seu estado até 2026.
A idade legal para o casamento na Índia é de 18 anos, mas milhões de crianças são forçadas a se casarem ainda muito jovens, especialmente nas zonas rurais. Muitos pais casam seus filhos adolescentes com a ideia de melhorar a situação financeira da família, aproveitando-se do sistema tradicional de dotes.
Na Índia, existem mais de 220 milhões de noivas menores de idade, segundo dados da ONU, mas o número de casamentos infantis diminuiu significativamente neste século.
As consequências destes casamentos podem ser devastadoras, uma vez que as meninas têm de abandonar a escola para cuidar da casa, além dos problemas que sofrem por engravidarem tão cedo.
Em uma decisão histórica de 2017, o mais alto tribunal da Índia considerou que o sexo com uma esposa menor de idade constituía estupro, uma decisão aplaudida por ativistas.
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