A boate em Múrcia, na qual um incêndio matou 13 pessoas no domingo, tinha ordem de fechamento há um ano. Segundo Antonio Navarro, secretário de Planejamento da cidade no sudeste da Espanha, em janeiro de 2022, foi determinada a interrupção das atividades e, em outubro do mesmo ano, emitida "uma ordem de execução de fechamento".
A medida foi tomada porque a empresa que administrava o local tinha licença, emitida em 2008, para o funcionamento apenas da boate Teatre e de um restaurante. Porém, fez obras para dividir o espaço e abrir outra casa noturna, a Fonda Milagros, onde começou o incêndio fatal. De acordo com o secretário, a obra só foi comunicada após ser concluída, e as autoridades decidiram então revogar a licença tendo como principal preocupação a segurança dos espaços.
Ao ser questionado sobre o motivo de o complexo de lazer, um dos maiores do país, estar funcionando mesmo desrespeitando a decisão, Navarro preferiu se ater ao resultado das investigações. "Estamos falando de uma tragédia sem precedentes, e insisto que vamos agir com contundência para apurar todas as responsabilidades sobre o ocorrido até as últimas consequências, custe o que custar", disse.
O advogado da boate, Francisco Adán, disse que seu cliente não havia sido informado de "que não havia mais licença" para funcionamento. "Estamos colaborando com as autoridades competentes, nas quais confiamos plenamente para o esclarecimento dos fatos", escreveu a Fonda Milagros em sua conta no Instagram.
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DNA
Entre as vítimas do incêndio, há colombianos, nicaraguenses, equatorianos e espanhóis, segundo o delegado do governo de Múrcia, Francisco Jiménez. Seis dos 13 mortos foram identificados por impressões digitais, e os demais precisarão de exames de DNA. Todas as pessoas que estavam desaparecidas foram encontradas em hospitais — ao todo, são 24 feridos.
A polícia científica começou a investigação no local do desastre apenas na tarde de ontem. Segundo autoridades, o atraso ocorreu devido às temperaturas elevadas dos escombros e ao risco de desabamento. As primeiras investigações indicam que um curto-circuito no andar superior da Fonda Milagros, onde foram localizados os corpos, deu início às chamas, que se espalharam pelo complexo.