CONFLITO

EUA atacam bases na Síria usadas por grupos ligados ao Irã

Secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse que ação militar foi em resposta a recentes ataques contra bases americanas no Iraque e na Síria por milícias apoiados pelo Irã.

O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse que os ataques foram uma resposta aos recentes ataques a bases dos EUA. -  (crédito: Getty Images)
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse que os ataques foram uma resposta aos recentes ataques a bases dos EUA. - (crédito: Getty Images)
BBC
James Gregory - BBC News
postado em 27/10/2023 06:28 / atualizado em 27/10/2023 08:22

Os Estados Unidos realizaram ataques aéreos contra duas instalações de armazenamento de armas e munições no leste da Síria, utilizadas pela Guarda Revolucionária do Irã.

O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse que a ação militar foi em resposta aos recentes ataques a bases americanas no Iraque e na Síria por milícias apoiadas pelo Irã.

Os ataques foram “separados e distintos do conflito em curso entre Israel e o Hamas”, disse Austin em comunicado.

O Irã não divulgou comentários sobre os últimos acontecimentos.

Os ataques ocorreram nesta sexta-feira (27/10) por volta das 04h30, horário local, perto de Abu Kamal, uma cidade na fronteira com o Iraque.

Ainda não há confirmação de vítimas.

“Estes ataques precisos de autodefesa são uma resposta a uma série de ataques contínuos e, na sua maioria, malsucedidos, contra americanos no Iraque e na Síria, por grupos de milícias apoiados pelo Irã, que começaram a ocorrer no dia 17 de outubro”, afirmou Austin.

Soldados da coalizão militar liderada pelos EUA foram atacadas pelo menos 12 vezes no Iraque e quatro vezes na Síria desde o início do conflito entre Israel e o Hamas.

Um total de 21 militares dos EUA sofreram ferimentos leves, de acordo com o Pentágono.

As autoridades americanas atribuem os ataques a grupos iranianos que operam na região. O Irã apoia com armas e dinheiro tanto o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, como o Hezbollah, que opera no Líbano.

“Estes ataques apoiados pelo Irã contra forças dos EUA são inaceitáveis e devem parar”, afirmou Austin.

“Se os ataques dos representantes do Irã contra as forças dos EUA continuarem, não hesitaremos em tomar outras medidas necessárias para proteger o nosso povo.”

A Casa Branca disse na quinta-feira (26/10) que o presidente Joe Biden fez alertas contra o Irã sobre os ataques a americanos no Oriente Médio por meio de uma rara mensagem ao líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khameni.

Em uma reunião da Assembleia Geral da ONU em Nova York, também na quinta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irã, Hossein Amirabdollahian, alertou que se o que chamou de "genocídio em Gaza" continuar e o conflito se alastrar pela região, os EUA "não serão poupados desse fogo".

Os EUA enviaram navios de guerra e aviões de combate para a região nas últimas semanas. Na quinta-feira, uma autoridade dos EUA disse que cerca de 900 soldados norte-americanos também estavam sendo transferidos para a região.

As bases americanas no Oriente Médio já foram atacadas antes — e os EUA responderam com ataques retaliatórios.

Em março, os EUA realizaram vários ataques aéreos no leste da Síria contra grupos ligados ao Irã, depois de um ataque de drone ter matado um empreiteiro americano.

Israel não foi comunicado

Os Estados Unidos não coordenaram e nem informaram Israel antecipadamente sobre os ataques aéreos realizados no leste da Síria, disseram autoridades a repórteres no Pentágono.

As fontes reiteraram que o incidente não estava relacionado com o conflito Israel-Hamas.

Anteriormente, o Secretário da Defesa, Lloyd Austin, tinha destacado que os ataques eram "separados e distintos" do que acontece em Gaza e "não constituem uma mudança na nossa abordagem" em relação ao conflito.

Os representantes do Pentágono também afirmaram que os ataques visavam enviar uma mensagem clara ao Irã.

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