Massacre nos EUA

Joe Biden desabafa: "Nossa nação está de luto novamente"

Ataque na cidade de Lewiston, no estado do Maine, deixa pelo menos 18 mortos e 13 feridos. Reservista do Exército usou um rifle semiautomático na ação. Atirador conseguiu fugir

Com a arma em punho, atirador sai do boliche após o ataque: 18 mortos e 13 feridos -  (crédito: Androscoggin County Sheriff's Office/AFP)
Com a arma em punho, atirador sai do boliche após o ataque: 18 mortos e 13 feridos - (crédito: Androscoggin County Sheriff's Office/AFP)
postado em 27/10/2023 05:58 / atualizado em 27/10/2023 06:01

Matheus Morgado - Especial para o Correio

Uma pista de boliche e um bar na cidade de Lewiston, no estado norte-americano do Maine, foram cenários de um massacre que deixou pelo menos 18 mortos e 13 feridos, segundo a governadora, Janet Mills. Armado com um rifle semiautomático, um reservista do Exército dos EUA abriu fogo nos dois locais, na noite de quarta-feira (25/10). Até o fechamento desta edição, o atirador continuava foragido. O presidente Joe Biden ordenou o hasteamento da bandeira nacional a meio mastro em todos os prédios públicos federais. "Nossa nação está de luto novamente", lamentou o democrata, ao pedir ao Congresso, mais uma vez, para "proibir as armas de assalto".

As autoridades de Lewiston identificaram o suspeito como Robert Card, de 40 anos. A emissora ABC News reportou que Card esteve internado por duas semanas em uma unidade de saúde mental, no começo do ano, após supostamente ameaçar atirar em uma base da Guarda Nacional dos EUA. A população de Lewiston foi aconselhada pela polícia a permanecer em casa durante todo o dia de ontem, enquanto as autoridades faziam uma caçada ao assassino. 

"O que diferencia esse evento de outros do tipo é o tempo pelo qual o atirador se encontra foragido", explicou ao Correio Jaclyn Schildkraut, professora de justiça criminal da Universidade Estadual de Nova York e diretora do Consórcio Regional de Pesquisa sobre Violência Armada. "É raro que os atiradores fujam da cena do crime. Normalmente, eles são capturados em, no máximo, algumas horas ou cometem suicídio", disse ela.

Tiroteios em massa são tragédias comuns nos Estados Unidos. Apenas neste ano, foram contabilizados 566 incidentes em todo o país, segundo o Gun Violence Archive, organização não governamental que reúne dados sobre a violência armada nos EUA. De acordo com o portal, o ataque da última quarta-feira é o pior de 2023 em número de mortos.

Desespero

Riley Dumont estava na pista de boliche com a família, incluindo a filha de 11 anos, e disse à ABC News que os tiros foram disparados durante uma partida. "Eu me joguei sobre minha filha. E minha mãe pulou sobre mim", contou Dumont. "As pessoas gemiam e choravam."

Apesar de ter uma população de apenas 36 mil pessoas, Lewiston é a segunda maior cidade do Maine. O estado não registrava casos de tiroteios em massa desde, pelo menos, 1966, de acordo com Schildkraut. No entanto, o Giffords Law Center para a Prevenção de Violência Armada indicava a vulnerabilidade da região. "A falta de leis básicas de segurança sobre armas de fogo no estado do Maine coloca os cidadãos em grave risco", afirma o site do instituto. 

"Infelizmente, é improvável que consigamos resolver totalmente esse problema", analisa Schildkraut, ao abordar a alta incidência de tiroteios em massa nos EUA. A prevenção, segundo ela, pode ser mais efetiva e precisa incluir toda a população. "A maior questão é identificar sinais de alerta. O que impede tragédias como essa são pessoas que tenham informações (sobre intenções e comportamentos de possíveis agressores) e as levam para as autoridades", admitiu. 

 

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