VATICANO

Vaticano apoia processo de beatificação de 35 'mártires' da Índia

A medida para honrar o grupo foi proposta por John Barwa, arcebispo de Odisha, e os bispos indianos votaram em janeiro "para iniciar o processo de beatificação dos mártires de Kandhamal"

Esta fotografia tirada em 24 de dezembro de 2022 mostra uma visão geral da missa da véspera de Natal celebrada pelo Papa Francisco na Basílica de São Pedro no Vaticano
       -  (crédito: Andreas SOLARO / AFP)
Esta fotografia tirada em 24 de dezembro de 2022 mostra uma visão geral da missa da véspera de Natal celebrada pelo Papa Francisco na Basílica de São Pedro no Vaticano - (crédito: Andreas SOLARO / AFP)
postado em 26/10/2023 22:07

O Vaticano deu luz verde para iniciar um processo de possível canonização de 35 indianos massacrados em 2008, durante uma das piores violências contra cristãos em décadas, informaram bispos católicos da Índia.

Após o assassinato de um religioso hindu em 2008, os ataques de represália contra a comunidade cristã levaram multidões a atacarem dezenas de igrejas católicas, salas de oração, escolas e casas no estado de Odisha, forçando quase 50 mil pessoas a fugir.

Entre as vítimas estava um grupo ao qual a Igreja chama de "mártires de Kanhamal", composto por 24 homens e 11 mulheres.

A medida para honrar o grupo foi proposta por John Barwa, arcebispo de Odisha, e os bispos indianos votaram em janeiro "para iniciar o processo de beatificação dos mártires de Kandhamal", disse a Conferência dos Bispos Católicos da Índia em comunicado anunciado na terça-feira.

De acordo com as normas da Igreja, caso uma figura seja estabelecida como mártir, sua beatificação — que corresponde à etapa anterior à canonização — avança mais rapidamente.

Mas deve haver prova de um milagre para que progridam e se tornem santos.

Os bispos afirmaram ter recebido esta semana uma carta de aprovação de Roma para iniciar o processo de "investigação da vida, das virtudes e da santidade" do grupo.

A medida para homenagear as 35 vítimas da violência ocorre no momento em que o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, se prepara para as eleições de 2024. 

Desde que assumiu o cargo em 2014, a Índia assistiu a numerosos surtos de violência entre a maioria hindu e a minoria muçulmana, que totalizam cerca de 200 milhões de pessoas.

O partido político Bharatiya Janata, ao qual pertence Modi, é acusado por seus detratores de querer fazer da Índia, essencialmente laica, uma nação hindu. 

A Índia tem uma população de cerca de 1,5 bilhão de habitantes, incluindo 30 milhões de cristãos.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br