Após quase 20 dias de guerra entre Israel e o movimento extremista Hamas, mais de 7 mil pessoas já morreram na Faixa de Gaza. Desse montante, 2.913 são crianças. O balanço atualizado foi divulgado pelo Ministério da Saúde local, que é controlado pelo grupo fundamentalista. Além dos mortos, 18.484 pessoas ficaram feridas nos bombardeios israelenses. Em Israel, mais de 1,4 mil morreram.
Nesta quinta-feira (26/10), Israel anunciou que executou uma "operação seletiva" com tanques e infantaria durante a noite em Gaza com o intuito de preparar para uma ofensiva terrestre. Entidades e líderes internacionais têm alertado que essa incurssão por terra poderá aumentar exponencialmente o número de civis mortos.
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Quase 600 mil pessoas estão abrigadas em 150 escolas e outros edifícios da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente. O corte de serviços essenciais, como água, alimentação, medicamentos e energia elétrica, agravou a crise humanitária vivenciada na região e escancarou a urgência de ajuda.
Desde o último final de semana, mais de 50 caminhões com suprimentos entraram em Gaza por meio da fronteira com o Egito. Entretanto, a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que são necessários 100 caminhões por dia para suprir as demandas da população.
Antes mesmo do conflito entre Israel e Hamas, Gaza já dependia de ajuda humanitária. A região, que abriga mais de 2 milhões de habitantes, recebia cerca de 500 caminhões de alimentos e outros insumos todos os dias, incluindo 45 veículos de combustível para alimentar as fábricas de dessalinização e outras estruturas.
Em artigo publicado no jornal The Guardian, nesta quinta, o comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras aos Refugiados da Palestina, Philippe Lazzarini, relatou que Gaza está se tornando o cemitério de uma população presa entre a guerra, o cerco e a privação.
"A Carta da ONU e os nossos compromissos são um compromisso com a nossa humanidade partilhada. Os civis – onde quer que estejam – devem ser protegidos de forma igual. Os civis de Gaza não escolheram esta guerra. As atrocidades não devem ser seguidas de mais atrocidades. A resposta aos crimes de guerra não é mais crimes de guerra. O quadro do direito internacional é muito claro e bem estabelecido a este respeito", defendeu a autoridade da ONU.
Philippe também afirmou que a história "julgará a todos" se não houver um cessar-fogo na região. "As gerações futuras saberão que assistimos ao desenrolar desta tragédia humana nas redes sociais e nos canais de notícias. Não poderemos dizer que não sabíamos. A história perguntará por que o mundo não teve a coragem de agir de forma decisiva e acabar com este inferno na Terra", disse.
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