Rússia

Russo é condenado a sete anos de prisão por criticar ofensiva na Ucrânia

De acordo com a ONG Memorial, Kriger proclamou, pouco antes da sentença, que o presidente russo, Vladimir Putin, era o "terrorista número 1 do mundo" e gritou "Glória à Ucrânia!"

Na terça-feira (24/10), uma Corte de Apelações militar da cidade de Balashikha, na região de Moscou, manteve sua condenação e a pena de sete anos de prisão pronunciada em primeira instância -  (crédito: Reprodução/Freepik)
Na terça-feira (24/10), uma Corte de Apelações militar da cidade de Balashikha, na região de Moscou, manteve sua condenação e a pena de sete anos de prisão pronunciada em primeira instância - (crédito: Reprodução/Freepik)
postado em 24/10/2023 18:56

Um russo contrário à ofensiva de seu país contra a Ucrânia, Mikhail Kriger, foi condenado em recurso a sete anos de prisão, informaram várias ONGs, em um contexto de repressão das vozes críticas ao Kremlin. 

De acordo com a ONG Memorial, Kriger proclamou, pouco antes da sentença, que o presidente russo, Vladimir Putin, era o "terrorista número 1 do mundo" e gritou "Glória à Ucrânia!".

Preso em novembro de 2022, o acusado havia sido condenado em maio a 7 anos de prisão por "apologia do terrorismo" e "incitamento público ao extremismo", por ter escrito no Facebook, antes da ofensiva de fevereiro de 2022, que queria ver Putin enforcado. 

Estas mensagens, segundo a acusação, também justificavam um atentado cometido contra a antena dos serviços de segurança russos (FSB) em Archangel (noroeste) em 2018, e outro realizado em 2019, contra a sede do FSB em Moscou. 

Durante seu julgamento em maio, o réu afirmou que essas mensagens foram utilizadas como "pretexto" para punir sua militância "antiguerra" e "pró-ucraniana", e reiterou que espera ver Putin enforcado, como "outros criminosos de guerra".

Na terça-feira (24/10), uma Corte de Apelações militar da cidade de Balashikha, na região de Moscou, manteve sua condenação e a pena de sete anos de prisão pronunciada em primeira instância, anunciaram a Memorial e a OVD-Info, ONGs especializadas no monitoramento da repressão política. 

A campanha de repressão das autoridades russas, iniciada há anos, acentuou-se após a invasão à Ucrânia em fevereiro de 2022. 

Quase todos os opositores mais conhecidos foram presos, ou obrigados a se exilarem, e milhares de russos foram processados por manifestarem sua divergência com o Kremlin. Segundo a Memorial, existem hoje pelo menos 634 presos políticos no país.

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